A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) avaliou pela primeira vez o impacto da concentração das indústrias frigoríficas na pecuária mato-grossense. Na média geral o preço da arroba do boi gordo paga à vista aos criadores caiu 4,5%, saindo de R$ 89,54 para R$ 85,47. A queda não é percebida no varejo.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) avaliou pela primeira vez o impacto da concentração das indústrias frigoríficas na pecuária mato-grossense. Na média geral o preço da arroba do boi gordo paga à vista aos criadores caiu 4,5%, saindo de R$ 89,54 para R$ 85,47. A queda não é percebida no varejo.
“Queríamos mostrar os efeitos da falta de frigoríficos e da concentração que alguns grupos detêm na vida do pecuarista e do consumidor final”, justifica o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. Ele acrescenta que “não se pode permitir que agentes da cadeia que não produzem nada ganhem tanto e ditem regras aos pecuaristas”.
A avaliação realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a pedido da Acrimat, detectou também que no período de comparação a escala de abate passou de 8,90 dias para 7,36.
Atualmente, dos 40 frigoríficos cadastrados no Sistema Federal de Inspeção (SIF) – aptos a exportar – apenas 24 estão funcionando, o que corresponde 40% da capacidade de abate de Mato Grosso comprometida com o fechamento de 16 unidades que enfrentam processos judiciais desde 2008. “Essa situação provoca maior estrago nas regiões nordeste e noroeste, onde existem poucas plantas frigoríficas e as existentes pertencem a um mesmo grupo”, frisa Vacari.
E a extensão da pressão sobre arroba pode ver avaliada sob outro ângulo. O diferencial de base no preço médio da arroba do boi gordo entre Mato Grosso e São Paulo que historicamente é de 12%, chegou a 14,7%. “Isso mostra que as indústrias frigoríficas de Mato Grosso estão utilizando de uma estratégica comercial para forçar a queda do preço da arroba no Estado e isso não esta dando certo”, analisa Vacari.
Ele lembra, que “a base só aumenta, quando a escala também aumenta, mas isso não aconteceu, a escala caiu em todas as regiões”. A orientação da Acrimat é que o pecuarista não venda seu gado a um preço que não remunere seu custo de produção, “pois a conta virá mais cedo ou mais tarde e só assim os frigoríficos se verão forçados a pagar o preço justo pelo boi gordo”.
Outro fator que chamou à atenção foi a evolução nos preços dos três elos da cadeia produtiva da carne nos últimos seis anos. “Enquanto os preços do atacado e da arroba caminharam juntos nos últimos anos, o atacado este ano subiu mais que a arroba”, disse Vacari. Enquanto o preço da arroba cresceu 76,52% de 2005 para 2011, o preço no atacado aumentou 85,12%. O varejo continua liderando o aumento de preços chegando a 151,46% em novembro de 2010 e caiu para 125,32% no inicio de agosto desde ano, uma diferença de 27,7% em relação à arroba.
A reportagem é do jornal Diário de Cuiabá, adaptada pela Equipe BeefPoint.