Acrimat: Mataboi na vala comum dos frigoríficos

Para o superintendente da Acrimat - Associação dos Criadores de Mato Grosso - Luciano Vacari, o Mataboi entrou para vala comum dos frigoríficos que utilizam do mecanismo injusto da recuperação judicial, "pois essa lei só beneficia o credor e os grandes bancos, que querem ganhar tempo para acertar suas contas".

Leia abaixo, resumida, a nota que a Acrimat distribuiu ontem comentando o pedido de RJ do Mataboi.

Motivo: a crise
O anúncio do frigorifico Mataboi S/A do pedido de recuperação judicial foi feito através de seu site, sem alarde e com a explicação de sempre: a crise. Fundada em 1946 e com uma gestão familiar, não resistiu à falta de capital e entrou para o rol das recuperações, deixando de abater, desde semana passada, cerca 800 cabeças/dia na unidade de Rondonópolis (MT) e uma dívida que pode chegar a R$ 20 milhões com os produtores de Mato Grosso.

Vala comum
Para o superintendente da Acrimat – Associação dos Criadores de Mato Grosso – Luciano Vacari, o Mataboi entrou para vala comum dos frigoríficos que utilizam do mecanismo injusto da recuperação judicial, “pois essa lei só beneficia o credor e os grandes bancos, que querem ganhar tempo para acertar suas contas”.

BNDES
Vacari ressalta que alguns itens foram pontos preponderantes para essa situação. “Isso só acontece por problema de gestão e porque não foram atendidos pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – que continua com a política de só beneficiar as grandes empresas como JBS e Marfrig”, disse.

Venda a vista
Vacari falou ainda que “volto a bater na tecla para que o pecuarista só venda seu gado à vista, pois o calote é sempre anunciado e hoje chega a 300 milhões de reais só com as recuperações judiciais em Mato Grosso”.

O representante da Acrimat em Rondonópolis, Marco Túlio Soares, disse que a notícia é péssima e que vai refletir no comportamento do produtor e no mercado. “O pecuarista vai vender somente à vista a partir de agora, o que já era uma tendência, e o preço da arroba deve baixa, já que a concorrência vai diminuir”, salientou. Soares lembra ainda que “com o capital de giro nas mãos do Mataboi, o pecuarista terá que rever seu planejamento e encontrar outra fonte de receita para cobrir o que se foi “.

Próximos passos
“Agora começa a correr prazos e quem tem crédito deve receber um comunicado oficial do administrador judicial nos próximos dias da abertura do processo de recuperação judicial”, advertiu o assessor jurídico da Acrimat, Armando Biancardini Candia.

Ele avisa que o pecuarista credor do Mataboi deve ficar atento ao prazo de 60 dias após o deferimento do processo feito pelo juiz da Comarca de Araguari-MG, para se habilitar e participar das AGC – Assembleia Feral de Credores.

“O produtor deve ser preparar, e separar toda papelada, pois a espera é grande e incerta”, pondera. A Acrimat vai se habitar como interessado do processo “para acompanhar de perto cada passo dos tramites, como aconteceu com os demais frigoríficos”.

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0 Comments

  1. Jose Luiz Soares de Mendonça disse:

    Na minha opiniao, como um dos compradores de boi gordo para o Mataboi,todo pequeno que quer ser grande sem estrutura acontece isso, visto que o preço da arroba nao era mais do que os concorrentes e so comprava com 30 dias e estava sempre com a escala de abate para uma semana.

  2. Evándro d. Sàmtos. disse:

    Prezado Luciano Vacari,

    Você mais uma vez esta coberto de razão,quando aponta seus dedos para o BNDEs,e seus famigerados diretores e políticos de plantão,que atendem a interesses no mínimo duvidosos.

    O grande problema que observo com relação às recuperações,ocorrem conformo enumero abaixo:

    1) Visto os empréstimos do BNDEs só prestigiar alguns poucos eleitos,não sei ao certo com quais critérios e quais razões,quebrar o setor?Pode ser.

    2) Estes empréstimos estão fomentando o dumping,por parte de uma ou outra empresa eleita,todos sabem disto,ninguém fala a respeito no setor,e isto (dumping) é crime.

    3) A maioria das empresas que entrarão em recuperação sempre atenderão o mercado interno como sendo segunda opção,sendo todas elas já estavam em dificuldades desde 2.005,ano que ocorreu a aftosa em MS,

    4) O comercial destas empresas não estava preparado,nem os empresários destas empresas a atuar no mercado interno com grande competição.

    5) Os empresários são quase todos iguais: imediatistas,de visão curta,acomodados,nunca buscarão se diferenciar,ou o fizeram tardiamente,ou o fizeram sem ter dimensionado corretamente,ou sem envolver toda a empresa e seus funcionários (é lógico),e com certeza absoluta quando fizeram algo para diferenciar-se o comercial era inapto para as realizações necessárias,

    6) Não têm projetos de médio e longo prazo,parece que só precisam comer hoje,

    7) Gestão equivocada,muitos nem conhecem exatamente seus números reais,ou onde poderiam aproveitar oportunidades,ou deveriam economizar,ou o que deveriam avaliar,ou reavaliar melhor situações e pessoas,

    8) Não dão valor as boas praticas,só sabem copiar o que outros fizeram,e nem sempre o que pode ser bom para outro,pode ser bom para nós,

    9) Não têm definição de Marketing (nem dão valor),e nem entendem que Marketing precisa ser adequado e ter verba e projeto (s) anual definidos,

    10) São muito fechados,se acham donos da verdade,vaidosos demais,arrogantes demais,

    11) Trocarão profissionais de qualidade por profissionais menos qualificados,economia burra que custa caro,

    12) Poucos têm condições,mesmo aqueles que “estão voando em céu de brigadeiro” de comercializar seus produtos com agregação de valores,inclusive valor de MARCA.

    13) Devo estar esquecendo ou deixando (propositadamente) de falar muitas outras coisas.

    Boa luta Luciano,saudações,

    EVÁNDRO D. SÀMTOS.

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