A intensificação dos sistemas de produção de bovinos de corte é uma forma de aumentar a produção, melhorar a qualidade, e aumentar o giro de capital na bovinocultura de corte. Em um sistema de confinamento de bovinos, os custos são bastante altos, sendo imprescindível um bom desempenho dos animais para a viabilidade econômica do sistema. Alguns problemas em relação à saúde dos animais podem surgir e irão comprometer diretamente a produtividade animal.
A intensificação dos sistemas de produção de bovinos de corte é uma forma de aumentar a produção, melhorar a qualidade, e aumentar o giro de capital na bovinocultura de corte. Em um sistema de confinamento de bovinos, os custos são bastante altos, sendo imprescindível um bom desempenho dos animais para a viabilidade econômica do sistema. Alguns problemas em relação à saúde dos animais podem surgir e irão comprometer diretamente a produtividade animal.
A mortalidade relacionada aos problemas digestivos, pode atingir valores significativos dentro do sistema de produção. Um estudo abrangendo 59 instalações de confinamento nos Estados Unidos, com capacidade média de 28.000 animais (4.000 até 100.000), mostraram que 22% do total de mortes observadas foram devido a problemas digestivos (tabela 1) (Vogel & Parrot, 1994).
Os problemas digestivos incluíram torção, acidose e coccidiose, com grande importância econômica, devido à proporção em que ocorrem dentro do sistema.
Segundo Nagaraja (2007) os problemas digestivos podem ser divididos em duas categorias:
• Problemas relacionados a motilidade: Deficiência ou ausência de contrações, causadas por afecções mecânicas (obstruções), metabólicas ou infecciosas.
• Desordens fermentativas: Alterações da flora microbiana e em suas atividades, podendo causar queda na ingestão total de matéria seca, ou em casos mais severos levar o animal a morte.
Os problemas de desodens fermentativas são os mais freqüentemente encontrados nos sistemas de produção com altos níveis de concentrado.
Tabela 1. Diferentes causas de mortalidades em confinamento
As doenças fermentativas são agrupadas em 4 categorias, nas quais os microorganismos ruminais tem papel principal, são elas:
• Acúmulo excessivo de produtos normais da fermentação
• Produção de toxinas
• Destruição de produtos benéficos
• Patógenos oportunistas
Acúmulo excessivo de produtos normais da fermentação
O processo de fermentação ruminal leva à produção de diversos metabólitos que, normalmente, são absorvidos pela parede ruminal, pelo metabolismo microbiano ou eliminados na eructação, impedindo o acúmulo desses, os quais podem ser danosos à flora ruminal ou aos animais. O acúmulo excessivo desses metabólitos levam a distúrbios como: acidose, timpanismo, intoxicação por (uréia) e polienceflomalácia induzida por excesso de enxofre.
Produção de toxinas
Algumas substâncias oriundas do metabolismo dos microorganismos ruminais podem ser tóxicas ao animal. Esses produtos são originados de componentes não tóxicos da dieta que são transformados em substâncias prejudiciais ao animal. Como exemplo, podemos citar os nitritos oriundos de nitratos dietários, com efeitos ao sistema nervoso do animal.
O triptofano dietético, é transformado em 3-mteilindol, capaz de causar desordens respiratórias. Além disso, temos endotoxinas presentes na parede das bactérias gram negativas, que em grande quantidade atuam nos processos patológicos da acidose lática e da síndrome da morte súbita.
Destruição de produtos benéficos
A destruição de produtos da fermentação essenciais aos bovinos, como por exemplo, a tiamina, ou a produção da tiaminase (enzima bacteriana reponsável pela quebra da tiamina), podem levar a deficiência dessa substãncia e, conseqüentemente causar uma enfermidade denominada poliencefalomalácia, ou necrose cerebrocortical.
Patógenos oportunistas
Em condições normais, não há presença de patógenos na flora microbiana ruminal, porém, em situações de estresse ou alterações no ambiente ruminal, favorecem o crescimento de organismos como o Aspergillus, Fusobacterium necrophorum. Esses microorganismos invadem o epitélio ruminal causando rumenites e, quando alcançam a circulação sanguínea, levam a formação de abcessos de fígado, freqüentemente encontrados no pós-abate.
Referências bilbiográficas:
NAGARAJA, T.G. Saúde Ruminal. III Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Saúde do Rúmen. In: Anais – First brazilian Ruminant Nutrition Conference – Rumen Health Proceedings, UNESP, Botucatu/SP, 2007.
VOGEL, G.J.; PARROT, C.J. Mortality survey in feedyards: The incidence of death from digestive, respiratory and other causes in feedyards on the great plains. Comp. Cont. Edu. Pract. Vet., v. 16, p. 227, 1994.
1 Comment
Olá, boa tarde, sobre o artigo publicado, além de abordar um assunto da atualidade para o meio zootécnico é uma boa fonte de pesquisa para nós estudantes. Vocês estão de parabéns!