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Adubação de pastagens minimiza os efeitos do veranico

Por Cleiton Araújo Leal1

A adubação de pastagens sem dúvida é uma ferramenta indispensável para a sustentabilidade da pecuária moderna. Com tal prática o pecuarista passa a ter sua propriedade mais bem controlada, pois também passa a atenuar para outras questões até então não priorizadas ex: Pastejo rotacionado, identificação de melhores áreas da fazenda onde o adubo responde melhor, controle de ganho de peso, lotação animal, custos, etc.

Mas a adubação de pastagens vem também surpreendendo muitos produtores em outro fator, hoje grande parte do Brasil enfrenta um forte veranico que já não preocupa apenas os agricultores, mas também os pecuaristas. E é ai que o pasto adubado aparece. As propriedades que tiveram seus pastos adubados enquanto chovia, estão vendo que eles continuam crescendo enquanto as demais áreas da fazenda estão secando. É lógico que estão muito aquém do que deveriam estar se estivéssemos em tempos “normais”, mas em muitas propriedades estas áreas adubadas estão sendo a “salvação da lavoura”, pois além de concentrarem maior número de cabeças, possuem uma “elasticidade” maior quando a chuva voltar, pois serão as áreas que vão responder primeiro.

Isso ocorre devido ao melhoramento do sistema radicular ocasionado pela adubação principalmente quando existe uma porcentagem de fósforo. Mas não se pode esquecer que mesmo em épocas de seca o melhor aliado para o pasto além do adubo é o manejo que deve continuar sendo feito e supervisionado pelos produtores e consultores.


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1Cleiton Araújo Leal, administrador agrícola, Paranavaí/PR

0 Comments

  1. Vitor Mansur Noronha disse:

    Inicialmente, gostaria de parabenizar o autor Cleiton Leal por fomentar e estimular a utilização do método de adubação de pastagens no Brasil.

    Sou um pequeno produtor da região do cerrado, centro-mineiro. Acredito que somente através da adoção de práticas como a adubação de pastagens, pequenas propriedades podem se tornar grandes produtoras de carne e leite. Vejo claramente em minha região, que fazendas até três vezes maiores que a minha, não são capazes de produzir metade do que estou produzindo e almejo produzir nos anos futuros.

    Entretanto, acredito que a adoção de tal prática esbarra no desconhecimento dos produtores acerca do custo/benefício da adubação. Por quê? Ao analisar o custo para uma correta correção de solo e adubação, nos deparamos com preços elevados dos insumos que, conjuntamente com os outros custos de implantação de um projeto de adubação, aparentam ser inviáveis.

    O antigo produtor rural, que tradicionalmente traz arraigado em si o tradicionalismo e conservadorismo, chega a achar idéia de maluco adubar pastos, e o novo produtor, apesar de estar com a mente aberta para inovações, assusta-se com o custo e não sabe calcular quando e como ele terá retorno do capital investido.

    É por acreditar que a adubação realmente estimula o fazendeiro a pensar em pastejo rotacionado e maior produtividade por ha, que estou agora escrevendo sobre este artigo, visando, tão somente continuar estimulando a redação de matérias como esta, mas também “cutucando” vocês para escreverem matérias que também tragam exemplos práticos de como o capital retorna quando se adotam práticas modernas e essenciais como a adubação, e diversas outras.

    Por fim, gostaria de ressaltar que acredito plenamente no Brasil Rural e, modestamente, gostaria de ressaltar o valor daqueles que acreditam e enxergam que as formas tradicionais de se fazer pecuária já ficaram para trás. O momento é de inovação e produtividade!

    Fica aí uma dica de um pequeno e otimista produtor que cita, somente no intuito de acordar aqueles ainda não atinaram para a realidade: “camarão que dorme a onda leva”.

    Atenciosamente,

    Vitor Mansur Noronha
    Belo Horizonte-MG

  2. Vitor Santos disse:

    Concordo com a matéria. Ressaltando a importância da adubação em pastagem, pois trabalho com isto aqui em MT, é a longevidade da pastagem e um fator mais importante: a maximização da produtividade.

    E é esta a visão que o pecuarista inovador deve ter para minimizar os efeitos negativos que passa, por hora, o agronegócio brasileiro.

  3. Marco Aurélio Antunes Pereira disse:

    Primeiro eu gostaria de parabenizar a todos por tocar neste assunto tão importante.

    Estamos vendo a agricultura avançar no país e abrindo novas fronteiras. A pecuária também está incluída, mas numa proporção menor. Estamos vendo a cana avançar em áreas tradicionalmente de pecuária (oeste paulista) em um movimento que pelo cenário internacional (açúcar e álcool sendo exportados cada vez em maior volume) será definitivo.

    Para que a pecuária fique sustentável, uma das coisas que o pecuarista tem que fazer é investir na adubação de pastagens.

    Além de permitir uma maior lotação, ajuda (se o manejo for correto) no aumento da longevidade da forrageira.

    Além disso, existem estudos que dizem que um pasto bem nutrido até contribui para a diminuição de sal mineral na fazenda. Sim, porque se a forrageira está bem nutrida (bem adubada) ela poderá fornecer uma parte dos minerais que o gado precisa.

    Um forte abraço a todos.

  4. Fabiano Rodrigues Justino disse:

    Eu concordo plenamente com essa informação. E, como técnico e produtor, oriento meus clientes para que façam adubação pelo menos em parte de suas propriedades todo ano. O problema é que o alto custo e o baixo preço de nossa mercadoria têm limitado
    esse tipo de investimento.