A aprovação de uma resolução que sugere a criação de zonas tampão para conter o trânsito do vírus da aftosa em reunião da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) pode ser um caminho para o órgão declarar Mato Grosso do Sul como área livre de aftosa com vacinação.
A aprovação de uma resolução que sugere a criação de zonas tampão para conter o trânsito do vírus da aftosa em reunião da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) pode ser um caminho para o órgão declarar Mato Grosso do Sul como área livre de aftosa com vacinação. Os corredores sanitários seriam estabelecidos entre Brasil e Paraguai e entre Argentina e Paraguai. Uma terceira zona englobaria os três países.
Numa zona tampão, o trânsito de animais e de carne é controlado de forma rigorosa, explicou o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira.
Segundo notícia do Estadão/Agronegócios, a sugestão da OIE foi repassada ontem pelo chefe da Comissão Técnica das Américas para a OIE, Jamil Gomes de Souza, aos integrantes do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), que reúne todos os órgãos de defesa sanitária dos 27 estados da federação.
Segundo informou a CNA, o Mapa é a favor das exigências da OIE, mas o setor produtivo do MS propôs que todo o estado fosse transformado em zona tampão. Uma nova reunião será realizada no sábado, com a presença do governo do estado e do Mapa, para decidir qual posição será tomada.
Segundo o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, ao criar uma zona tampão, os governos federal e estadual precisam minimizar os prejuízos que isso causará ao setor com a concessão de benefícios fiscais aos produtores. “É importante que os frigoríficos da região sejam suficientes para abater o gado e que também tenham o compromisso de repassar os incentivos fiscais ao pecuarista e não usar a situação para manipular os preços em benefício próprio”, alertou o dirigente.
Segundo matéria de Marco Antônio Gehlen, para o Correio do Estado/MS, no sábado os pecuaristas vão se reunir em Campo Grande para avaliar as duas sugestões. A alternativa escolhida deverá ser apresentada à OIE até o dia 13 de fevereiro.
De acordo com Nogueira, os pecuaristas disseram que têm interesse em instalar a zona-tampão no estado, mas que precisariam de compensações fiscais, já que o comércio de animais e carne ficaria limitado. “Em termos econômicos, a criação de uma zona-tampão é interessante só se houver algum tipo de compensação. Em termos sanitários, é bom porque é possível avaliar a situação sanitária de determinado rebanho”, afirmou.
Nogueira ressaltou ainda que a OIE não determina a criação da área restrita, mas esta seria uma medida adequada – desde que acompanhada de ajustes fiscais para que os produtores não tenham prejuízos – uma vez que os organismos internacionais exigem ações preventivas na fronteira com o Paraguai. “A iniciativa terá de ser dos produtores em conjunto com o Governo de Mato Grosso do Sul”, frisou.
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Não há necessidade de criar uma zona tampão para tomar medidas rigorosas com relação ao trânsito de animais e de carne na fronteira, a não ser que isto seja uma afirmação de que até o momento, as fiscalizações foram feitas à vistas grossas. Eu acho que novamente vão criar dificuldades para vender facilidades, aqui no MS por exemplo, sempre tivemos uma área discriminada para exportação chamada de área 2, por ser considerada de alto risco, que curiosamente nunca teve um caso de febre aftosa. Os produtores desta área sempre venderam seus animais para abate por preços menores que os da área livre, mas a carne foi comercializada naturalmente sem nenhuma discriminação, o boi é discriminado a carne não. Será que vai continuar assim?
Ações preventivas na fronteira com o Paraguai neste momento, são tardias e desnecessárias. Tardias porque o nome já diz, “preventivo”. Desnecessárias, porque ninguém vai deixar de abater um boi no Paraguai a R$62,00@, e lá um boi Nelore de 500Kg tem rendimento de carcaça de 55%, para abater um boi aqui no MS a R$51,00 com rendimento de 52%. Acho até que por este motivo estão tentando trazer uma febre aftosa, desta vez pela Bolívia porque pelo Paraguai não teria justificativa.
Mais uma vez, com aquela famosa bolinha vermelha no nariz, estaremos lendo as manchetes dos principais jornais “Brasil, o maior exportador de carne do mundo”, vai ser sempre igual a área 2 aqui do MS, o boi tem problema a carne não.
Continuo achando que febre aftosa no Brasil é um caso para polícia, e se por acaso a Polícia Federal mostrar interesse pelo caso, aqui vai uma pista: assunto sobre febre aftosa só aparece quando o boi sinaliza alta de preço, é só comparar.
Olha, esta coisa de zona tampão é complicadíssima.
Vejam aqui em Mato Grosso, criaram a zona tampão em 54 municípios aleatoriamente, tem municípios que fazem divisa com a Bolívia, outros não. Tem municípios que fazem divisa com o sul do Pará.
Se nós analisarmos que o último foco de aftosa em MT, faz mais de 11 anos, em Colíder (e não foi aftosa e sim doença da língua azul), e até a presente data, não teve Cristo que conseguisse retirar esta maldita zona tampão.
Minha opinião, é que se todo o estado ficar, na zona tampão, a própria OIE, vai ficar pressionada para liberar o quanto antes.
Aproveito para convidar os pecuaristas de Mato Grosso, para uma reunião com o Governador Blairo Maggi, para uma reunião no dia 16 de fevereiro as 10 horas, para reivindicarmos, justamente, a compensação de impostos devidos os preços a menor que os frigoríficos impuseram.
Contamos com a presença de todos, faça uma forcinha de participar, pois só assim, unidos e fortes, conseguiremos lutar, reivindicar nossos direitos.
É sempre difícil fazer um omelete sem quebrar os ovos. Uma zona tampão na região da divisa com o Paraguai me parece a melhor alternativa. Para os produtores de Rondônia é muito importante que o MS não tenha restrições para exportar.
O que não está dando para entender é esta zona tampão com o Paraguai, pois consta que no vizinho país não existe nada de febre aftosa pois estão exportando normalmente com preços pagos ao pecuaristas maiores que os nossos.
Concordo em termos, número e grau com o senhor Antonio Pereira Lima de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, mas acrescento que falta mais seriedade dos nossos governantes na prevenção e na administração do problema da febre aftosa.