Até o próximo dia 20, a Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário (Agenciarural) fará arrastão nas propriedades rurais que não vacinaram o rebanho contra a febre aftosa e raiva bovina. A primeira campanha do ano encerrou-se no último domingo, e a estimativa inicial é que 98% do gado goiano ou 19,1 milhões de cabeças foram vacinadas. “É um bom índice, mantendo o patamar das campanhas anteriores. Vale lembrar que a Organização Internacional de Epizootias (OIE) considera como positivo índice acima de 85%”, afirmou ontem o diretor de Defesa Agropecuária, Hélio Lourêdo.
Ontem os fiscais da Agenciarural lacraram todos os livros de notas fiscais das 1.038 revendedoras de produtos agropecuários em 228 municípios goianos, onde o órgão possui escritórios regionais. Essa operação é necessária para detectar os produtores rurais que não vacinaram seu rebanho e impedir que sejam comercializadas as vacinas contra febre aftosa após o encerramento do prazo legal, que durou 62 dias. As vendas de agora em diante são permitidas apenas com autorização expressa da Agenciarural.
Segundo o diretor de defesa agropecuária, o produtor que não vacinou o seu rebanho até o final de semana passado, será notificado, multado e terá um prazo de 72 horas para fazer a vacinação assistida pelos técnicos da Agenciarural.
“Tradicionalmente, apenas 1,5% dos produtores não vacina seu gado por diversos motivos”, frisou Lourêdo. Esses produtores serão penalizados com multa de R$ 5,30 por animal não-vacinado. Nos casos de reincidentes, o valor da multa dobra. Dependendo da situação, a Agenciarural pode até mesmo interditar uma propriedade rural e sacrificar o plantel em caso de surgimento de focos da doença.
Anti-rábica
Ao contrário da antiaftosa, que é obrigatória aos rebanhos bovinos e bubalino existentes nos 246 municípios goianos, a anti-rábica está restrita a 74 regiões no Estado, consideradas de alto e médio risco. O combate à febre aftosa abrange plantel de 19,2 milhões reses, enquanto a ação contra a raiva está restrita a 6,9 milhões cabeças, ou 36% do rebanho goiano. Em todo o Estado estão registradas 115,3 mil propriedades onde existe criação de bovinos e bubalinos, tanto em áreas urbanas como rurais.
Nesta primeira campanha do ano Goiás foi abastecido com 21,4 milhões de doses da vacina contra febre aftosa. Destas, 600 mil foram repassadas para outros Estados e 2,3 milhões estão mantidas em estoque estratégico.
Há oito anos Goiás está livre da aftosa, mas “durante muito tempo, não pôde exportar carne para o mercado europeu por causa da incidência da doença”, lembra o veterinário da Agência, Helenildo Elias Cândido Romano. “Não podemos nos descuidar”. Romano, que é responsável pela fiscalização das 23 revendas de vacinas de Goiânia, destaca que a conscientização do produtor vem aumentando a cada ano. A expectativa é que, nos próximos anos, 100% do rebanho goiano seja vacinado ainda na primeira etapa da campanha.
Pantanal
Na região do Pantanal, no Mato Grosso do Sul, os pecuaristas tiveram prazo até ontem para concluir a aplicação da vacina no rebanho. A informação foi passada pela assessoria de imprensa da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).
Segundo o órgão, o prazo venceu domingo (30/06), mas como foi dia de final de Copa do Mundo envolvendo a seleção brasileira muitos pecuaristas deixaram para vacinar os últimos animais do rebanho nesta segunda-feira. Concluída a vacinação, os criadores terão mais 15 dias de prazo para apresentar a comprovação ao Iagro.
Na região do Planalto a vacinação terminou no dia 15 e o prazo para declarar a imunização do rebanho terminou na última sexta-feira (28/06).
Fonte: O Popular/GO (por Jarbas Rodrigues Jr.) e Diário da Manhã/GO (por Talvane Garcia) e Campo Grande News (por Paulo Nonato de Souza), adaptado por Equipe BeefPoint