A implantação do Plano Hemisférico para a Erradicação da Febre Aftosa (Phefa), que prevê ação conjunta da América do Sul, enfrenta desafios no cumprimento efetivo dos acordos estabelecidos e no desencontro de informações entre os países, que contribuem para a demora da passagem do discurso à prática.
Em evento, durante a ExpoZebu 2006, quando o Phefa foi discutido entre os países envolvidos, o que se viu na prática é muita crítica entre os países, uns em relação aos outros, de acordo com matéria de Chiara Quintão, para a Gazeta Mercantil.
O Peru critica o Equador, que não vacinou integralmente a área de fronteira com o país, e afirma que ainda existem produtores que desconhecem a doença no Equador e na Venezuela. Já a Bolívia é acusada pelo Paraguai de resistência à vacinação.
E o Brasil é o principal alvo das críticas do presidente do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai, Hugo Corrales. Ele questiona que a última vacinação contra aftosa dos animais da região dos focos no MS tenha ocorrido em maio de 2005.
Segundo o coordenador geral de combate a doenças do Mapa, Guilherme Marques, os animais da área do foco não foram vacinados na campanha de outubro para atuarem como “objeto de investigação” da presença de vírus na região.
Corrales afirmou ainda que, na ocasião em que foi registrado o primeiro foco em Eldorado/MS, o Brasil não cumpriu acordo bilateral que previa comunicação em caso de “suspeita fundamentada de aftosa” até 50 km da fronteira. “Só soubemos quando o Brasil confirmou o foco à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)”, lembrou.
Ele conta que, após a notificação, o Iagro solicitou visita de seus técnicos à região da fronteira do lado paraguaio. O pedido não foi atendido, de acordo com Corrales, porque o Brasil não cumpriu acordo bilateral.