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Aftosa e BSE desaceleram a produção mundial de carnes

A expansão na produção mundial de carnes, que foi grande na última década, perdeu uma parte desse ímpeto, com a crise de doenças como a aftosa e BSE, as quais, penalizaram mais a carne bovina, segundo dados da FAO. O ano de 2001 trouxe uma interrupção na tendência de longo prazo de aumento na produção de carne bovina, com uma queda de ~ 1% para 59,4 milhões de toneladas.

Uma mudança na concentração de produção de carne bovina também passou a ser observada, e pela primeira vez, se observa mais carne oriunda de frigoríficos de países em desenvolvimento do que aqueles em países industrializados. Mudanças devidas em parte aos problemas recentes da União Européia com a BSE e a aftosa, levaram a um grande número de medidas relacionadas à segurança alimentar e apoio aos mercados, levando a uma diminuição na produção da ordem de 4,4%, em relação a produção em 2000.

A presença de aftosa na América Latina, também teve seu impacto na produção de alguns países. Com Argentina e Uruguai diminuindo a produção como resposta a diminuição na exportação, o Brasil, por sua vez, ocupou parte desses mercados, mesmo com a presença de aftosa em algumas regiões, a produção brasileira aumentou para 6,9 milhões de toneladas, o que significa 11% da produção mundial.

Outros fatores além das doenças, teve impacto no encolhimento desse setor. O rebanho bovino americano continuou a diminuir, 1% menor que 2000 e 7% menor que o pico de 1996. Associado a queda na qualidade das pastagens acabou por diminuir a produção em 2%. Isto contrasta com a produção na Austrália (1%) e Nova Zelândia (4%) que foram maiores.

Carne suína: Brasil, um importante produtor

A maior disponibilidade de carne suína em 2001 não foi suficiente para suprir a queda da carne bovina, embora a produção tenha respondido rapidamente, o aumento foi de 2,2%, para 93,1 milhões de toneladas.

A China, o maior produtor de carne suína do mundo, aumentou sua participação no mercado mundial com 45,5% da produção ou 42,4 milhões de toneladas. Os volumes originados nos frigoríficos da União Européia diminuíram, o que deverá aumentar novamente em razão da maior produção este ano. A mesma situação é observada nos Estados Unidos, o 3o maior produtor mundial.

A maior mudança nos mercados de carne suína, diz respeito ao Brasil, o qual aumentou a sua produção em 7-9% ao ano, nos últimos anos. A produção de 2002 deve ficar ao redor de 2,3 milhões de toneladas.

Carne de frango: o crescimento se mantém

A produção de carne de frango em 2001, aumentou para 68,6 milhões de toneladas ou 3% mais que 2000, de acordo com a FAO. A popularidade da carne branca deve manter esse crescimento por mais alguns anos. Outra vez, o Brasil aumentou sua produção, ajudado pela mão de obra mais barata e pelos custos (temporários) mais baixos da alimentação.

Uma expansão de 2% na produção também é observada na China, o que pode ser considerada moderada em comparação ao crescimento dos anos anteriores. A União Européia também aumentou sua produção para o valor recorde de 9,11 milhões de toneladas.

O comércio de carnes bovina e suína

Embora a produção mundial tenha crescido menos do que nos anos anteriores, o comércio ficou estagnado ao redor das 17 milhões de toneladas, em razão das oscilações da economia. Depois do boom, a economia americana entrou em recessão após os acontecimentos de 11 de Setembro, acarretando uma reação negativa no consumo mundial de carnes. Também importante, foi a lista de barreiras imposta pela União Européia, tentando prevenir a propagação da BSE e aftosa naqueles países. Só a aftosa foi responsável por embargos em mais de 40 países.

As exportações de carne bovina foram as mais afetadas, caindo 3,7% para 5,17 milhões de toneladas. A carne suína se manteve estável ao redor de 3,25 milhões de toneladas e os exportadores de frangos foram os maiores beneficiados com um aumento de 4%, atingindo 7,55 milhões de toneladas.

Adaptado por Albino Luchiari Filho de Fleischwirtschaft International 2002 vol.2

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