A balança comercial brasileira já começa a sofrer os reflexos dos embargos adotados por diversos países diante do surgimento do foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. A informação é de técnicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que deverão concluir nos próximos dias um levantamento minucioso sobre o impacto das medidas sobre as exportações brasileiras. Segundo eles, os números deste mês já deverão refletir os prejuízos com a doença.
Entre os 31 países que suspenderam as importações estão os maiores clientes do Brasil no comércio de carne, como Rússia e União Européia. De janeiro a setembro, os russos compraram US$ 406 milhões de carne bovina in natura.
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, juntou-se à comitiva presidencial que se encontrava ontem em Roma e chega hoje a Moscou. O governo avalia que os contatos de Furlan no mercado internacional de carne, construídos ao longo de sua carreira como presidente da Sadia, serão preciosos no trabalho de suspensão dos embargos.
Antes, porém, será preciso adotar medidas de defesa fitossanitária, o que está a cargo do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Num segundo momento, quando a situação já estiver controlada, entra um trabalho de “relações públicas” para divulgar as providências adotadas. As preocupações estão centradas nos principais mercados: União Européia, Rússia e Mercosul.
São Paulo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse ontem que o embargo à carne paulista pela União Européia pode gerar muito desemprego no estado. “É um bloqueio de rendas, que significa desemprego direto. Você tem frigorífico com quatro mil empregados e se não conseguir vender a carne pode parar de funcionar”.
Para minimizar os prejuízos, Alckmin pediu ao secretário da Agricultura do Estado, Antonio Duarte Nogueira Júnior, que enviasse um ofício ao Mapa para que o ministro Roberto Rodrigues peça a suspensão do embargo da União Européia. “Entendemos que esse bloqueio é extremamente injusto. Há dez anos não temos um caso de aftosa no estado e já fizemos a barreira sanitária com o Mato Grosso do Sul”, argumentou o governador.
Alckmin relembrou que o complexo de carnes é o segundo maior complexo exportador brasileiro e que certamente terá impacto na economia do país. Ele também criticou o comentário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que considerou a gripe aviária mais grave que a febre aftosa. “A gripe aviária é extremamente grave porque não se trata apenas de um prejuízo comercial, mas você pode ter também uma pandemia. Agora o presidente dizer que não está preocupado com a aftosa, é o fim do mundo”.
Segundo o governador, as entradas e saídas da fronteira com o Mato Grosso do Sul foram bloqueadas. “Temos equipes de veterinários, técnicos, polícia e laboratórios montadas em vários pontos para evitar a entrada de animais e de carne”, avisou. Em São Paulo, a nova campanha de vacinação do gado começa dia 1o de novembro.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Renata Veríssimo), adaptado por Equipe BeefPoint
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É impressionante a incapacidade ou a insensibilidade (para falar o mínimo), do governo do PT para agir em momentos de crise. Chego a pensar que o nosso digníssimo presidente ainda nutre ódio mortal dos pecuaristas (lembram-se do que ele disse quando da campanha de 1989?).
Por mais que não se queira politizar a situação, está claro que os petistas não sabem administrar, só sabem “consultar as bases”, discutir e protestar. Estão destruindo um trabalho brilhante que demorou quase 10 anos. Nasceram para atrapalhar, bagunçar e marcar reunião.
Pois é, restam algumas questões não respondidas: Será que eles (governo e presidente da república) esqueceram do número de empregos diretos e indiretos envolvidos na cadeia produtiva da carne? Eles sabem que a pecuária estava ajudando a manter as contas positivas da economia? É essa a “contribuição” do MST, a de contrabandear gado do Paraguai (sempre ele)? Até quando, nós brasileiros teremos que agüentar os desmandos dessa escória instalada em Brasília?
Pobres de nós…