Avaliação genética para resistência ao carrapato Boophilus microplus
29 de janeiro de 2007
Que tenha a santa paciência e continue a ser orgânico
31 de janeiro de 2007

Aftosa na Bolívia: preocupação é a movimentação

O Ministério do Desenvolvimento Rural, Agropecuário e Meio Ambiente da Bolívia comunicou ontem (29/01) à Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa a ocorrência de um foco de febre aftosa no Departamento de Santa Cruz, causado pelo vírus tipo "O".

O Ministério do Desenvolvimento Rural, Agropecuário e Meio Ambiente da Bolívia comunicou ontem à Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa a ocorrência de um foco de febre aftosa no Departamento de Santa Cruz, causado pelo vírus tipo “O”. O governo boliviano já informou o caso à OIE e suspendeu as exportações de carnes e laticínios para evitar a disseminação da doença.

O Departamento de Saúde Animal (DSA) do Mapa suspendeu temporariamente o ingresso em todo o território nacional de animais susceptíveis à doença, seus produtos e subprodutos originários da Bolívia enquanto aguarda informações detalhadas do serviço oficial boliviano. O DSA advertiu às Superintendências Federais de Agricultura para reforçar e implementar com urgência as ações de vigilância primária, especialmente nos estados que fazem divisa com a Bolívia, informa a assessoria de imprensa do Mapa.

De acordo com informe da OIE, a confirmação do foco se deu em 26/01 e a comunicação à organização foi realizada em 29/01. No total, havia 34 animais susceptíveis e 5 casos confirmados. O foco foi detectado na Colônia Valle Esperanza del Campo, sub-distrito de Cuatro Cañadas, distrito Ñuflo de Chávez, província de Santa Cruz, na Bolívia. A última ocorrência de aftosa na Bolívia, segundo a OIE, foi em 07/09/2003.

De acordo com matéria da Folha de S. Paulo, o comércio desses produtos com a Bolívia é pequeno e sequer há estatísticas. As importações, residuais, são de animais vivos e de sêmen. A maior preocupação do Mapa é com um leilão de animais há duas semanas em Santa Cruz de la Sierra. Um rastreamento está em curso para identificar se algum animal adquirido cruzou a fronteira.

O governo de MS anunciou que fechou a fronteira com a Bolívia em Corumbá/MS, município que dá acesso as cidades bolivianas em Santa Cruz. Apesar do anúncio, até o meio da tarde só a polícia militar fazia fiscalização ontem. O Iagro deve começar a montar barreiras hoje. De acordo com matéria de Maristela Brunetto para o Campo Grande News, o Iagro terá cerca de dez funcionários atuando para impedir a entrada de carne, leite e bovinos de origem boliviana. O trabalho incluirá a higienização de veículos. “As ações tomadas são de precaução, não existe risco efetivo de o vírus entrar no estado”, informou a secretária da Produção e Turismo no MS, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, em matéria do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com matéria de Fernanda Mathias, para o Campo Grande News, esta manhã é organizada uma ação mais sistematizada de prevenção e profilaxia. Além da equipe em posto fixo, que vai promover desinfecção de veículos vindos da Bolívia e coibir a entrada dos produtos, haverá sete volantes, sendo seis veículos e uma fluvial, descendo o Rio Paraguai.

Segundo matéria de Marcondes Maciel, para o Diário de Cuiabá, a distância do foco, em linha reta, é de 193 quilômetros do município mato-grossense de Vila Bela da Santíssima Trindade (562 Km a Oeste de Cuiabá) – e deixou o Mato Grosso em alerta. As providências já estão sendo tomadas e, entre as medidas, estão o fechamento da barreira nas fronteiras, o reforço da fiscalização e a antecipação da vacinação contra a aftosa.

O presidente do Indea, Décio Courinho, afirmou que o MT não pode se descuidar um só minuto com a aftosa, pois quer manter o seu “status” de região livre (com vacinação) perante à comunidade internacional.

Segundo Coutinho, as medidas de restrição de trânsito de animais suscetíveis à febre aftosa dos seis estados com bloqueio são necessárias para garantir a imunidade e o isolamento do gado da região. Ao todo, são 780 quilômetros de “fronteira seca” entre os dois países. “Estamos atentos e acompanhando as ações nas 115 propriedades na linha de fronteira”, informou. Destas propriedades, 54 estão localizadas em Vila Bela, 34 em Cáceres, 22 em Porto Experidião e, 5, em Comodoro. Essas propriedades terão vacinação acompanhada pelos técnicos do Indea, que irá marcar a data da aplicação das vacinas nos animais.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, avaliou que a confirmação do foco “é uma grande preocupação para o Brasil. O comércio formal é pequeno. O problema é o contrabando. Muita gente ainda quer lucrar com o comércio ilegal”, afirmou ele.

Os comentários estão encerrados.