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Agência utiliza recursos próprios para evitar entrada de animais de risco desconhecido

Mais de 900 animais já foram sacrificados; custo com defesa do estado supera US$ 5 milhões por ano

“A Bahia não teve nenhum repasse, e recebemos carta do Mapa dizendo que não há recursos para a defesa animal”, denunciou Luciano Figueiredo, diretor-geral da Adab (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia), autarquia ligada à Seagri (Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia), sábado (29), na Fenagro 2003, em Salvador.

Segundo ele, a Bahia tem servido de barreira aos animais de áreas de risco desconhecido. “Exceto Sergipe, todos os estados são de alto risco”, comentou, informando que já foram sacrificados mais de 900 animais, especialmente nas regiões de Juazeiro e Paulo Afonso, segurando animais que descem de Alagoas, Pernambuco e Piauí, ação determinada por legislação estadual e federal, segundo a qual os animais ou produtos animais advindos de zona de risco desconhecido que tentem entrar em zona livre sejam, respectivamente, sacrificados ou queimados.

Essa segurança tem um custo para o Estado, de acordo com Figueiredo, de aproximadamente US$ 5,8 milhões ao ano. “A Bahia cumpre seu dever. Na campanha de setembro, a cobertura vacinal atingiu 93,43%, imunizando mais de 9,6 milhões de animais; praticamente o mesmo que na campanha anterior”, contabilizou, comemorando os resultados frente à exigência de 85% da OIE (Organização Internacional de Epizootias).

Figueiredo afirmou que o produtor está consciente, e que a campanha tem registrado tal efeito devido à atuação intensiva da Agência e da Seagri nos 416 escritórios municipais e 15 centros estaduais de pecuária, envolvendo o trabalho de mais de mil pessoas. “Duas vezes por ano, percorremos e sobrevoamos as fronteiras do Estado, até nos locais mais longínquos. Nossa meta é atender 100% até 2005. Não podemos abrir a guarda”, declarou.

Ações

Outras doenças estão na mira da Adab. O diretor-geral da Agência informou que, por meio do PAV (Projeto de Agentes Vacinadores), o objetivo é treinar 1,2 mil auxiliares de médicos veterinários para vacinação contra brucelose. No início de 2004, terá início um programa estadual de combate à raiva.

A preocupação com os abates clandestinos e com o controle da qualidade da carne está na pauta da Adab, que contemplo um projeto de modernização do abate.

A Adab representa, para a Secretaria, um modelo novo. Segundo Figueiredo, a autarquia tem recursos próprios e tem investido na gestão de pessoal para corresponder às necessidades do Estado.

Fonte: Mirna Tonus, da Equipe BeefPoint

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