A agência de rating Moody’s rebaixou a nota de crédito da Marfrig Alimentos, de ‘B2’ para ‘B1”, de grau especulativo e elevado risco de crédito. Já a Fitch também revisou, de “estável” para “negativa”, a perspectiva para a nota de crédito dos frigoríficos JBS, BRF-Brasil Foods e Marfrig Alimentos.
A agência de rating Moody’s rebaixou a nota de crédito da Marfrig Alimentos, de ‘B2’ para ‘B1”, de grau especulativo e elevado risco de crédito. A mudança afeta uma dívida de US$ 1,62 bilhão em títulos emitidos no exterior com vencimento entre 2016 e 2020. Em nota, a analista da Moody’s Marianna Waltz atribuiu o rebaixamento à “significativa alavancagem da companhia, aliada à recente deterioração em seu perfil de liquidez, principalmente devido à concentração de pagamentos de curto prazo no segundo e terceiro trimestres de 2012”.
A dívida de curto prazo da companhia (vencimento em até 12 meses) é pouco superior a R$ 3 bilhões, de acordo com o último balanço da companhia. Embora a empresa tenha 98% desse valor em caixa, a Moody’s considera que R$ 1,1 bilhão são recursos “restritos”, uma vez que estão ligados a notas de crédito de exportação de longo prazo.
A agência ponderou, no entanto, que o rating da Marfrig segue “sustentado por um portfólio de produtos diversificado, com atuação em cinco proteínas animais (cordeiro, carne suína, peru, aves e carne bovina) e marcas fortes, bem como por sua ampla atuação geográfica e capacidade de distribuição global”.
Já a Fitch também revisou, de “estável” para “negativa”, a perspectiva para a nota de crédito dos frigoríficos JBS, BRF-Brasil Foods e Marfrig Alimentos. Em comunicado, a agência de classificação de risco atribuiu a mudança à elevação dos preços internacionais de soja e milho, que deve ter reflexos expressivos sobre os custos de produção, sobretudo de aves e suínos.
A alta dessas commodities foi provocada pela seca nos Estados Unidos, que castigou as lavouras e derrubou as estimativas de produção da safra 2012/13. Atualmente, a Fitch atribui uma nota ‘BB-’, (grau especulativo), para as emissões da JBS S.A., ‘B+’ (grau especulativo), para as emissões da Marfrig e “BBB-” (grau de investimento), para as emissões da Brasil Foods.
A agência ponderou que as oscilações nos preços dos grãos são “inerentes aos negócios dos produtores de proteína” e que aumentos de custo tendem a ser repassados aos consumidores finais no longo prazo, mas que JBS e Marfrig já sofrem com ratings baixos nos segmentos mais afetados pelo choque de custo.
Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.