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14 de novembro de 2002

Agenda de Trabalho da Pecuária Brasileira – 2003/2006

Esta agenda resumida foi elaborada como contribuição à nova equipe que assume o Governo do Brasil com importantes pontos para serem construídos e fortalecidos neste próximo período. A seguir estão listados os principais pontos, ligados a três fatores: problemas de coordenação na cadeia produtiva, problemas nitidamente fiscais e problemas ligados a pouco uso de marketing.

Este documento foi elaborado por 12 membros do Conselho de Orientação da empresa Lagoa da Serra, criado em 2000 com representantes de produtores de todo o Brasil e formadores de opinião na pecuária brasileira, que se reuniram e discutiram seus problemas em Sertãozinho, 06/11/02. Ressalta-se que este documento não é completo, nem tem grandes ambições, apenas foi feito para compartilhar com um público maior as ricas discussões internas travadas neste dia.

Agenda de Problemas Ligados a Coordenação da Cadeia Produtiva (assuntos ligados ao setor privado que compõe esta cadeia e também ao Governo devido a sua capacidade agregadora, propositiva e fiscalizadora):

– Programa de controle da aftosa em todo o continente sul-americano, envolvendo toda a cadeia produtiva e o Governo com o mecanismo de controle e punição; coordenação do Governo nas relações entre países com fronteiras com Brasil. Os Estados brasileiros de fronteira não deveriam abrir mão de vacinação. – · Que o Governo possa discutir o sistema de rastreabilidade com representantes de toda a cadeia produtiva;
– Que o sistema de rastreabilidade seja voluntário e modular (primeiro nos estados exportadores) com isto os incentivos para sua adoção possam vir do mercado;
– Fortalecimento de associações ligadas à cadeia produtiva, com forte representatividade política;
– Desenvolvimento cada vez maior de ações coletivas. Formação de grupos de compra (insumos) e de venda (frigoríficos) entre pecuaristas. Além de ações coletivas com os demais elos da cadeia;
– Programa de tipificação de carcaças e pagamento diferenciado;
– Fortalecimento do Serviço de Informações da Carne, com objetivo de estimular o consumo através de esclarecimentos nutricionais, preparo, entre outros;

Agenda de Problemas Ligados a Reforma Fiscal, nitidamente de ação governamental, com apoio do setor privado:

– Redução da carga tributária no Brasil e eficiência do controle podendo gerar até maior arrecadação, como conseqüência imediata primária e competitividade como conseqüência seguinte;
– Problemas com sonegação e credibilidade dos frigoríficos;
– Combate ao abate clandestino, fazendo-se cumprir a lei da carne embalada já existente;
– Combate à sonegação que tanto mal já trouxe ao país eliminando empresas boas do setor frigorífico;

Agenda de Problemas Ligados a Marketing (Internacional e Nacional), nitidamente de ação privada, contando com apoio do Governo e dos seus diversos órgãos ligados ao assunto:

– Programa de marketing privado da carne em todos os níveis financiados por um fundo comum (conjunto) seguindo o modelo norte-americano NCBA (www.beef.org); Entre as ações deste fundo estariam o financiamento a pesquisas para:
– Desenvolvimento da inteligência de mercados;
– Desenvolvimento de mercados internos e externos;
– Arrojo e postura agressiva nas negociações internacionais para abertura de mercados contando com apoio do setor privado e com transparência de informações;
– Estudos de produtos, linhas de produtos, marcas e embalagens para o mercado internacional;
– Estudos de oportunidades nos canais de distribuição internacionais e possíveis alianças;
– Comunicação e desenvolvimento de marcas visando à adição de valor e reconhecimento da origem dos produtos para que a oferta brasileira não seja vista como de “preços baixos”.

É nossa vontade que estas ações possam ser tomadas para que a produção brasileira possa ter como meta alcançar a posição de maior exportador mundial de carne bovina até 2006.

Por Ademir Lucio Cornachini, Alberto Asato, Antonio Sancevero, Beatriz Biagi Becker, Eduardo Biagi, Fernando de Barros Bumlai, Gilberto Pires, Guus Laeven, Laucídio Coelho Neto, Lucia Rodrigues, Marcos Fava Neves, Maurício José de Lima, Miguel Cavalcanti, Nelson Pineda, Olimpio de Brito, Ricardo de C. Merola e Roque Quagliato.

0 Comments

  1. João Batista Braga de Oliveira disse:

    Acredito que a intensão do documento é boa. No entanto, tirando os tópicos referente a reforma tributária e fiscalização, as outra medidas estão nas mãos dos pecuaristas.

    O esforço de exportar, de ter uma postura mais agressiva de abertura de mercado passa por uma associação do pecuarista e suas associações coordenando e subsidiando os esforços governamentais.

    O próprio fortalecimento associativo do setor cabe unicamente ao setor e não ao governo. Romper a visão imediatista e individualista, contribuir para ampliar a participação no mercado mundial parte do setor.