Bois em fazenda de confinamento de gado bovino Vera Cruz Agropecuária, na cidade de Goianésia, Goiás. Imagem produzida para a matéria sobre fazendas de confinamento de gado bovino. Goianésia - Brasil - 12/06/2008. Foto: Ernesto de Souza / Editora Globo.
Na vigésima oitava edição do Informativo do Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC) apresenta-se aumento dos custos da diária-boi (CDB), no mês de setembro, nas propriedades representativas de confinamento de estado de São Paulo médio (CSPm), grande (CSPg) e Goiás (CGO) de 1,67%, 2,94% 2,03% nessa ordem, quando comparados os valores com o mês anterior. O comparativo encontra-se na Tabela 1, abaixo.
Tabela 1. Comparativo de custos da diária-boi (CDB) entre os meses de agosto e setembro de 2019
Os custos alimentares pesquisados no estado de São Paulo apresentaram aumento em setembro quando comparados com mês de agosto. Itens como sorgo grão e o bagaço de cana apresentaram aumento de 8% e 2% no seu preço; enquanto, o farelo de glúten de milho (Refinazil), milho grão e coprodutos do algodão reduziram 2%, 3% e 6,1% aproximadamente, nessa ordem. Os preços do algodão, milho e o soja grão, no geral aumentaram, 5,6%, 5,4% e 5,1% respectivamente. Assim, as dietas para os animais em confinamentos apresentaram maiores custos para o estado de São Paulo e Goiás.
O ICBC Mensal (Gráfico 1) demonstrou que o índice tem iniciado um aumento desde de julho de 2019. Analisando período mais amplo, os últimos doze meses, o ICBC acumulou queda de 4,1%, 2,5% e 3,13% para as propriedades representativas CSPm, CSPg e CGO, respectivamente. Isso demonstra que houve deflação no ICBC Mensal para os três confinamentos analisados.
Já o Custo Total (CT) apresentou aumento de 2,9%, 2,6% e 0,5% para as propriedades representativas CSPg, CSPm e CGO em relação ao mês de agosto (Tabela 2).
Monitorar todos os insumos do sistema de produção permite elucidar aqueles itens que mais oneram os custos de produção. Portanto, esforços gerenciais podem refletir o mais adequado processo decisório para remunerar adequadamente a atividade produtiva.
Caso você queira calcular os custos do seu sistema de produção faça o download da planilha disponibilizada em nosso site. Confira as edições anteriores deste informativo clicando aqui.
Gráfico 1. Variação dos índices de custos entre outubro de 2018 a setembro de 2019
Considerações da análise de custos:
O método de alocação dos custos contempla quatro categorias: i) custos variáveis (aquisição de animais e despesas relacionadas); ii) custos semifixos (energia elétrica, telefonia e combustíveis); iii) custos fixos (mão de obra, depreciações e manutenções); e iv) renda dos fatores (juros sobre o capital de giro e sobre o capital próprio). Desta forma todos os itens de custos foram inclusos conforme a Teoria Econômica. A análise de todos os custos se faz necessário para evitar a descapitalização do produtor na atividade. Entretanto, é comum analisar os resultados por meio de outros indicadores. A Tabela 2 demonstra os custos resumidos com os principais indicadores da atividade.
Considerações Metodológicas do Estudo:
Para calcular os custos de produção apresentados acima, foram utilizados procedimentos metodológicos descritos na literatura científica. Primeiro foi feito estudo de caso em um confinamento de bovinos no estado de São Paulo do qual os dados foram coletados e descritos em planilha eletrônica, Microsoft Excel®. Os dados foram alocados, organizados e as equações matemáticas foram revisadas e validadas com profissionais do setor. Na segunda etapa do estudo foi feito levantamento – survey – com dez confinadores do estado de São Paulo e nove em Goiás. No levantamento os confinadores foram entrevistados pelo pesquisador sobre as características do seu sistema produtivo por meio de um questionário. Essas informações serviram de subsídios para delinear as propriedades representativas, ou seja, os custos apresentados neste informativo representam o confinamento com as características mais comuns da amostra e não uma propriedade em específico. Os coeficientes técnicos levantados foram descritos na Tabela 3, os quais serão atualizados regularmente para acompanhar a evolução tecnológica da atividade.
Fonte: Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal (LAE), da FMVZ/USP, adaptada pela Equipe BeefPoint.