UE desenvolverá padrões de garantia de qualidade
4 de março de 2004
Balança do agronegócio bate novo recorde em fevereiro
8 de março de 2004

Agricultural Outlook Forum sinaliza posição de liderança do Brasil no mercado agrícola mundial em 2004

O cenário mundial é favorável para o Brasil crescer ainda mais na condição de grande exportador de commodities agrícolas, avaliam técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que participaram do Agricultural Outlook Forum 2004, nos Estados Unidos.

“Há perspectiva de crescimento da economia mundial no ano comercial 2004/2005 acima de 3%, o que fortalece a demanda por produtos agropecuários, favorecendo o Brasil”, afirmou o chefe do Departamento Econômico (Decon) da CNA, Getúlio Pernambuco. A economia dos Estados Unidos deve crescer entre 4,5% e 5% este ano, a da União Européia, pouco menos de 2% e a da China, mais de 9%. Essa expansão econômica certamente vai elevar a demanda por alimentos em sua opinião.

O Agricultural Outlook Forum é um evento anual, representando o principal espaço para avaliação de conjuntura e pespectivas para o setor agropecuário mundial. Este ano, nos dias 19 e 20 de fevereiro, com a presença de 1,4 mil técnicos dos setores público e privado de 80 países, a principal linha de discussão no fórum foi a oferta de alimentos saudáveis.

Essa nova demanda significa boas oportunidades para o Brasil, explicou o chefe do Departamento de Comércio Exterior (Decex) da CNA, Antonio Donizeti Beraldo, citando como exemplo a qualidade da carne bovina nacional frente à de outros competidores. Os Estados Unidos, grandes produtores e consumidores, estão enfrentando restrições às exportações de carne bovina desde que registraram caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) no ano passado.

“O cenário é positivo para o setor de carnes”, disse o assessor técnico do Decon, responsável pela área de pecuária de corte, Paulo Mustefaga. Segundo ele, o surgimento de caso de EEB nos Estados Unidos em dezembro passado provocou alterações no mercado mundial de carne bovina. Desde então, fornecedores norte-americanos têm enfrentado restrições dos principais importadores, que são Coréia do Sul, Japão e México. Em 2003, os Estados Unidos exportaram 1,15 milhão de toneladas de carne bovina, volume que deve cair para 100 mil toneladas em 2004.

Apesar de o Brasil não ter acordo sanitário para exportar carne bovina para os principais clientes norte-americanos, deverá ocorrer uma mudança no fluxo internacional de fornecimento do produto, o que representa oportunidades de negócios para o Brasil. As mesmas perspectivas se abrem para as exportações de aves brasileiras, depois que a gripe aviária atingiu criações da Ásia e da América do Norte.

A médio prazo, porém, há uma preocupação quanto à possibilidade de crescimento de exportações do setor. Beraldo explicou que o Brasil foi o único grande fornecedor mundial de commodities agropecuárias que assinou o protocolo de biossegurança. Isso significa que o Brasil assumiu a obrigação de implementar novas regras de certificação e rastreabilidade sobre os produtos exportados a partir de setembro de 2005.

Outros grandes exportadores, como Argentina, Canadá e Estados Unidos não aderiram ao protocolo. Beraldo ressaltou que o Brasil precisa estar atento à regulamentação das regras referentes ao protocolo, para evitar que sejam criadas exigências excessivas, capazes de comprometer a expansão das exportações agropecuárias brasileiras. “O certo, porém, é que o Brasil, que já foi destaque em 2003, em função de sua crescente posição como competidor no mercado internacional, foi novamente colocado como líder para 2004”.

Fonte: CNA (por Ayr Aliski), adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.