A crise argentina não afetou, ou afetou pouco, as principais cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. Essa foi a conclusão da reunião entre representantes desses setores, realizada na sexta-feira passada (26/07), para discutir os efeitos da crise no país vizinho.
Segundo os participantes, muito mais significativa que a Argentina é a questão envolvendo barreiras tarifárias e subsídios à produção. Esses problemas são os que, na realidade, impedem que o setor contribua mais para gerar superávits na balança comercial.
Liderança regional
Para os presentes à reunião, promovida pela Associação Brasileira de Agronegócio (Abag), é preciso que o governo trabalhe para que o Brasil ocupe a posição de líder regional. Essa liderança se manifestaria tanto nas negociações com relação ao Mercosul como nos contenciosos dos países sul-americanos na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Uma ação nesse sentido, por exemplo, foi proposta por Ovídio Carlos Brito, da Fundação para o Desenvolvimento da Pecuária (Fundepec). Segundo ele, o País é que deveria liderar as campanhas de erradicação da febre aftosa no continente. Só assim, diz, será possível erradicar efetivamente essa e outras doenças no Brasil.
Outra questão levantada foi a falta de marketing dos produtos brasileiros no exterior. Para os presentes, essa é uma falha dos produtores, que não agem para estimular o consumo de seus produtos no exterior.
Estiveram presentes ao encontro representantes dos setores de carne bovina, frangos, suínos, soja, trigo, milho, café, açúcar, álcool, algodão, leite, equipamentos e sementes, entre outros.
Fonte: Folha de São Paulo (por José Sérgio Osse), adaptado por Equipe BeefPoint