Os indicadores econômicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-USP) demonstram que o PIB do agronegócio global da agropecuária brasileira do primeiro trimestre de 2002 apresenta crescimento acumulado no ano de 0,90%, tendo registrado a taxa positiva de 0,31% em março. Tal crescimento se deve tanto ao agronegócio da agricultura, que apresenta taxa positiva de 0,34% em março e de 0,96% no acumulado do ano, como ao agronegócio da pecuária, que aponta variação positiva de 0,23% em março e 0,75% no acumulado de 2002. Com estes dados, a projeção é de um PIB de R$ 341,71 bilhões do agronegócio em 2002, contra os R$ 338,67 bilhões do ano passado.
O segmento da agricultura continua crescendo, registrando aumento acumulado de 3,18% no ano e taxa positiva de 1,09% em março, atingindo o valor estimado de R$ 51,80 bilhões, com uma variação positiva em relação aos números do ano passado.
O PIB da pecuária apresentou crescimento de 0,18% em março, registrando valor acumulado do PIB básico, até março, de 0,51%. Neste primeiro trimestre, o PIB da pecuária já apresenta taxa positiva, passando de R$ 44,71 bilhões em 2001, para R$ 44,94 bilhões em 2002.
Como reflexo do desempenho conjunto da agricultura e da pecuária, o PIB primário da agropecuária apresentou crescimento de 0,68%, em março, ficando o acumulado no ano em 1,98%. Se comparado ao resultado do primeiro trimestre de 2001, quando registrou taxa de 0,20%, pode ser considerado um desempenho expressivo. No total, o PIB da agropecuária apresenta um valor de R$ 96,79 bilhões em 2002.
O crescimento total na pecuária, no ano, foi de 1,04%, duas vezes maior do que a taxa de 0,51% do PIB primário da pecuária. O crescimento do setor de insumos para a agropecuária foi de 0,66% em março, enquanto o acumulado do ano chegou a 1,80%.
Desempenho
O chefe do Departamento Econômico da CNA, Getúlio Pernambuco, explicou que a agricultura mais uma vez vai puxar o desempenho do PIB da agropecuária. Isso se deve ao aumento da produção agrícola, onde, este ano, o País deverá bater mais um recorde de produção, com uma safra de grãos de 98,5 milhões de toneladas. Com relação à pecuária, ele explica que o setor continua mantendo um desempenho ruim, especialmente por causa dos preços baixos que vêm sendo pagos ao produtor de lácteos.
Segundo Pernambuco, os produtos agrícolas registraram a taxa mais expressiva de crescimento nos preços neste primeiro quadrimestre, com um aumento de 13,4%. Com relação à pecuária, houve uma recuperação de 3,4% de janeiro a abril passado. Com isso, o faturamento bruto da pecuária deverá passar de R$ 38,6 bilhões em 2001 para R$ 40 bilhões em 2002.
O aumento do faturamento bruto está sendo liderado pelo valor bruto do frango, que poderá passar de R$ 7,8 bilhões, no ano passado, para R$ 8,7 bilhões, neste ano. O leite é o único produto da pecuária que continua registrando queda no faturamento. De janeiro a abril último houve uma redução de 6% no valor bruto do produto, o que projeta um faturamento de R$ 6,3 bilhões neste ano, ante R$ 6,7 bilhões em 2001.
Em 2002, as perspectivas são otimistas para os produtores brasileiros, embora os pecuaristas venham desembolsando mais recursos para a compra de insumos, o que representa menor rentabilidade para a atividade. Os ganhos obtidos com as lavouras são mais significativos para os agricultores. Vale ressaltar, entretanto, que a manutenção desse desempenho estará condicionada a uma série de fatores, como o movimento das taxas de juros domésticas, a evolução da crise argentina e da economia mundial, além dos mecanismos de financiamento disponíveis ao produtor rural.
Fonte: Departamento de Comunicação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e O Estado de São Paulo (por Gecy Belmonte), adaptado por Equipe BeefPoint