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Alerta com o abate de novilhas na Argentina: previsão de aumento de 3% neste ano

O ano de 2025 deve encerrar com abate de 13,8 milhões de cabeças na Argentina, o que representa uma queda de 1,5% em relação ao ano passado.

Os envios de vacas para abate (segundo os dados do DTE do Senasa) devem atingir 2,7 milhões de cabeças, 7% a menos que no ano anterior, mas ainda apresentando uma taxa de extração (abate/rebanho) de 11,8%, algumas décimas acima do valor de equilíbrio.

Já os envios de novilhas devem totalizar 3,68 milhões de cabeças em 2025, um aumento de 3% em comparação com 2024. Vale lembrar que no ano passado o rebanho de novilhas caiu em 475 mil cabeças, o que indica que a depredação do plantel continua.
Os envios de novilhos devem somar 3,35 milhões de cabeças, praticamente o mesmo nível (-0,5%) de 2024, enquanto os envios de bois jovens (novillitos) devem aumentar 1,2%, alcançando 3,2 milhões de cabeças.

Embora o abate de vacas esteja desacelerando, a matança de novilhas ainda preocupa, e não há mudanças significativas na faena de machos.

No ano passado, com 14 milhões de cabeças abatidas, o rebanho bovino argentino em 31 de dezembro caiu 1,16 milhão de cabeças.

Em 2025, o país deverá abater cerca de 200 mil cabeças a menos, e o número de bezerros que entrarão no rebanho tende a ser ligeiramente maior do que em 2024, resultado de uma melhor taxa de prenhez.

A melhora na taxa de fêmeas prenhes neste ano, porém, será parcialmente compensada pelo menor número de matrizes expostas à monta na primavera de 2024 (parto em 2025, desmame em 2026). Ou seja, melhor taxa de reprodução, mas com menos fêmeas.

Carne bovina: perda do poder de compra

No consumo de carne, o poder de compra dos salários registrados (Ripte) em relação à carne bovina vendida no varejo, medida pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), continua muito atrasado.

Esse indicador de poder aquisitivo ficou em média em 178 kg de carne por mês durante o governo de Cristina Fernández de Kirchner (2012–2015) e 177 kg durante o de Mauricio Macri (2016–2019). Durante o mandato de Alberto Fernández (2019–2023), houve forte queda, com média de 144 kg.

Em fevereiro de 2024, após o forte ajuste de preços relativos no início da administração Milei, o poder de compra dos salários despencou para apenas 90 kg de carne, o valor mais baixo da série histórica.
A partir daí, iniciou-se uma recuperação consistente, com 11 meses consecutivos de alta, atingindo 142 kg por mês em novembro de 2024.

Ao longo de 2024, os salários se recuperaram gradualmente, enquanto o preço da carne no varejo — e do gado — ficou defasado.

O ano de 2025 começou com um índice de 130 kg, mas esse poder de compra não se sustentou, já que o preço da carne subiu mais rápido que os salários.
Em agosto de 2025, o indicador estava em 122 kg, bem abaixo da média histórica.

Nos últimos meses, os salários mostraram desaceleração em sua recuperação, enquanto os preços da carne bovina no varejo, seguindo a sazonalidade, devem subir acima da inflação, o que torna improvável uma melhora do poder de compra no curto prazo.

Para efeito de comparação, no último quadrimestre de 2001, ao fim da conversibilidade e antes da grande desvalorização, o poder de compra dos salários era de 245 kg de carne bovina.

Fonte: Clarín, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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