Com a escassez de animais para abate, o mercado vinha observando, nos últimos meses, uma forte alta nos preços da arroba do boi gordo e no preço da carne bovina, que parece ter sido barrada pela diminuição no consumo, e os reflexos disso começam a aparecer nos preços do produto no atacado. Também pode ser observado como efeito dessa alta a migração para a carne de frango, o produto é sempre alternativa de substituição em momentos de forte valorização da carne bovina.
Com a escassez de animais para abate, o mercado vinha observando, nos últimos meses, uma forte alta nos preços da arroba do boi gordo e no preço da carne bovina, que parece ter sido barrada pela diminuição no consumo, e os reflexos disso começam a aparecer nos preços do produto no atacado. Depois de atingir R$ 6,10 o quilo no dia 9 de junho passado, os cortes de traseiro registram queda e estavam ontem em R$ 5,70.
Também pode ser observado como efeito dessa alta a migração para a carne de frango. Apesar de as cotações das aves também terem subido, o produto é sempre alternativa em momentos de forte valorização da carne bovina. No atual cenário, essa tendência deve se intensificar, segundo analistas.
O consumo de carne bovina deve continuar em queda enquanto o consumo de frango sobe. “O crescimento do consumo de frango é [fenômeno] mundial”, observa José Vicente Ferraz, do Instituto FNP. Uma das explicações para esse crescimento – além do preço mais baixo da ave – é o ciclo de produção curto do frango. Enquanto o ajuste oferta-demanda acontece em 30 meses no caso do boi, ocorre em 60 dias para o frango, afirma o analista.
Márcio Nakane, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, observa que a carne bovina começou a subir antes do frango, o que levou ao fenômeno da substituição. “Parte do aumento do frango é resultado disso”, diz. Ele concorda que o movimento de alta dos preços está chegando próximo do limite.
Na primeira quadrissemana de julho, a carne bovina fechou com variação positiva de 8,9%; na quarta quadrissemana de junho, era de 9,8%. Nas aves, também há desaceleração – de 6,1% na quarta quadrissemana de junho para 4,2% na primeira deste mês. Nakane afirma que o processo de desaceleração deve continuar.
Para José Vicente Ferraz, houve um “pouco de exagero” na queda depois de os preços terem subido bastante. A partir de agora, diz, as cotações do boi gordo devem buscar um patamar de equilíbrio, “pouco acima dos R$ 90”.
As informações são de Alda do Amaral Rocha, o jornal Valor Econômico.