Os recentes aumentos nos preços do bezerro combinados às ligeiras quedas nos valores do boi gordo vêm reduzindo o poder de compra de pecuaristas que praticam a recria-engorda. Nessa terça-feira, 8, com a venda de um boi de 16,5 arrobas para abate, o pecuarista paulista conseguia adquirir 2,09 bezerros também em São Paulo, ante os 2,19 bezerros possíveis de serem comprados em março, ou seja, redução de 4,6%.
Para o pecuarista de Mato Grosso do Sul, a perda no poder de compra é de 4,4% em igual comparação, com a venda de 16,5 arrobas permitindo a compra de 1,96 bezerro nessa terça-feira – na média de março, era possível adquirir 2,05 bezerros.
Enquanto o indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) acumula queda de 0,8% neste início de abril, fechando a R$ 124,86 nessa terça-feira, o preço médio do bezerro negociado no mesmo estado acumula alta de 1,4%, a R$ 984,47 nessa terça-feira. Em Mato Grosso do Sul, o preço médio do boi gordo caiu 1,1% neste mês, a R$ 117,41 na terça, enquanto o indicador do bezerro (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) registra estabilidade, para R$ 996,05 nessa terça – as altas observadas na segunda e terça-feiras, de 1,05% e de 1%, respectivamente, anularam as baixas dos primeiros dias do mês.
Segundo agentes consultados pelo Cepea, os aumentos de preços da reposição estão atrelados principalmente à oferta restrita. Operadores relatam dificuldade para compra de novos lotes aos preços até então praticados, o que aumenta a preocupação quanto ao comportamento da relação de troca no curto prazo e à remuneração obtida com a venda do animal para abate.
Já para o boi gordo, a pressão continua vindo da demanda enfraquecida especialmente no atacado. Alegando dificuldade nas vendas aos atuais patamares de preços, frigoríficos tentam comprar animais a valores menores. Ao mesmo tempo, a baixa oferta tem limitado esses recuos.
No mercado atacadista da Grande São Paulo, depois de bater recorde nominal em março, o preço da carcaça casada bovina vem caindo. Nessa terça-feira, o quilo do produto foi cotado a R$ 7,80, acumulando baixa de 0,6% na parcial de abril. Considerando-se toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2001 para a carne, o maior valor da carcaça de boi foi atingido no último dia 18 de março, de R$ 8,32/kg.
Para o traseiro, a desvalorização acumulada nos primeiros dias de abril é de 1%, com o quilo do produto sendo negociado a R$ 9,31 nessa terça-feira, 8, também no atacado paulista. Quanto ao dianteiro, a baixa no preço foi de 0,5%, a R$ 6,47/kg na terça. A carcaça casada de vaca, por sua vez, se desvalorizou 0,7% em igual intervalo, a R$ 7,18/kg.
Ao analisar as carnes concorrentes, verifica-se que as quedas de preços são ainda maiores. Entre 31 de março e 8 de abril, o frango resfriado se desvalorizou 2%, com o preço médio passando de R$ 3,43/kg para R$ 3,36/kg, no atacado paulista. No mesmo intervalo, a cotação da carcaça comum suína recuou 1,8%, saindo de R$ 5,41/kg no dia 31 de março para R$ 5,31/kg nessa terça-feira.
Fonte: CEPEA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.