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Alta do dólar deve ter pouco efeito na inflação

A valorização do dólar frente ao real deve ter um impacto reduzido na inflação. Na avaliação de economistas consultados pela Gazeta Mercantil, a alta da moeda norte-americana, que ultrapassou a marca de R$ 2 na última semana, geraria pressões inflacionárias se permanecesse em patamar elevado por um período mais longo de tempo, cenário, por enquanto, descartado pelos analistas.

A valorização do dólar frente ao real deve ter um impacto reduzido na inflação. Na avaliação de economistas consultados pela Gazeta Mercantil, a alta da moeda norte-americana, que ultrapassou a marca de R$ 2 na última semana, geraria pressões inflacionárias se permanecesse em patamar elevado por um período mais longo de tempo, cenário, por enquanto, descartado pelos analistas.

De julho para agosto, dólar subiu 1,3%, passando de uma média mensal de R$ 1,5906 para R$ 1,6115. Em setembro, a média foi 11,6% superior ao registrado no mês anterior. Com o agravamento da crise norte-americana, a moeda superou os R$ 2 neste início de mês.

De acordo com o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, a elevação dos custos de insumos importados não se traduz necessariamente em repasses, devido aos ciclos de renovação de estoques da indústria. Caso a média de outubro se mantivesse em R$ 2, a elevação em relação a setembro seria de cerca de 10%, poderia resultar em impacto na inflação. “Se a empresa estiver renovando o seu estoque, teria uma elevação de pelo menos 10% [de custos] por conta dessa valorização e, então, teria algum efeito na inflação”, afirma.

Mesmo assim, o impacto no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seria pequeno. Segundo o economista, 33% de todos os itens que compõem são, de alguma forma, sensíveis à oscilação do câmbio. Com isso, a alta do dólar, seria diluída no indicador.

As projeções para o final do ano, no entanto, convergem para uma cotação do dólar inferior a R$ 2. A Austing prevê a moeda norte-americana em R$ 1,85 em dezembro. Já a LCA Consultores é mais otimista. “A nossa avaliação é que o câmbio acabará voltando, fechando o ano em R$ 1,7. O movimento atual é episódico”, comenta o economista da consultoria Fábio Romão.

Segundo Romão, o dólar valorizado por um período maior de tempo, estimularia as exportações e reduziria as importações, o que poderia diminuir a oferta no mercado interno e gerar pressões inflacionárias. “Mas esse não é o cenário hoje”, afirma.

O economista-chefe da Concórdia Corretora, Elson Teles, concorda que o dólar não deve continuar em R$ 2. Ele avalia ainda que, hoje, os riscos para inflação são menores, lembrando que a desaceleração da demanda e a queda nas cotações tendem a compensar efeitos do câmbio.

A matéria é de Ana Carolina Saito, publicada na Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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