As constantes altas do dólar, que fechou ontem cotado a R$ R$ 2,946 para venda e R$ 2,944 para compra, têm provocado otimismo no setor agropecuário do Mato Grosso do Sul, ao contrário de outros segmentos econômicos, que sofrem impacto negativo com a desvalorização da moeda. No caso da soja, o crescimento poderá ser de 8% no próximo ano. Mesmo com as correspondentes altas nos preços dos insumos (35% na agricultura e 17% nos produtos veterinários), o cenário futuro aponta rumo a uma melhoria nas condições de produção dos principais produtos primários regionais, que são a base da economia do Estado.
De acordo com o consultor da Bolsa de Mercadorias e Futuros, João Pedro Cuthi Dias, com as elevações do dólar o cultivo de soja em Mato Grosso do Sul terá um estímulo significativo. Sendo o principal produto agrícola da pauta de exportação, o dólar sobrevalorizado nos atuais patamares poderá representar cerca de 300 mil toneladas a mais, em relação aos 3,3 milhões de toneladas produzidas este ano no território estadual.
Ao câmbio de hoje, isso poderá significar um incremento de renda de cerca de US$ 60 milhões na economia do Estado em 2003. Para Cuthi Dias, a safra colhida este ano tem potencial econômico para render mais de US$ 700 milhões ao setor, podendo aumentar expressivamente na medida em que as taxas cambiais forem favoráveis.
Pecuária
No setor pecuário as elevações da moeda americana têm provocado o mesmo otimismo: no primeiro quadrimestre do ano passado, a criação de gado de corte em Mato Grosso do Sul movimentou US$ 266 milhões. Neste ano, no mesmo período, houve um incremento de 26,6%, significando a realização de negócios da ordem de US$ 337 milhões (uma diferença de US$ 144 milhões).
Segundo estudos da Federação da Agricultura do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul), a tendência de alta do dólar impactará positivamente a pecuária estadual, que hoje representa 10% da produção de carne no Brasil.
De acordo com o coordenador do Departamento de Economia da entidade, Cláudio Mendonça, 43% do gado em pé comercializado no MS destinam-se à exportação, volume que poderá aumentar em função da crescente competitividade do produto no mercado exterior.
Com o dólar em alta, a tendência é que o Brasil produza carne cada vez mais barata e com alta qualidade, criando excelentes perspectivas de aumento na comercialização e elevação na renda interna.
Abate chegou a 1,6 milhão
De janeiro a junho deste ano o movimento de abate de bovinos em Mato Grosso do Sul atingiu a marca de 1,6 milhões de animais, revela o balanço divulgado pela Delegacia Federal da Agricultura (DFA/MS). A maior quantidade de abate foi registrada no mês de janeiro, com 277.762 animais. A média por mês é de 252.665 animais.
Fonte: Correio do Estado/MS (por Dante Filho) e Campo Grande News (Paulo Nonato de Souza), adaptado por Equipe BeefPoint
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Não sei até que ponto a alta do dolar contribui para que a produção da pecuária se torne mais barata, tendo em vista que os insumos tais como: vacinas, sal mineral, arame liso, etc… estão atrelados ao dólar, e com o preço da arroba do boi infelizmente não ocorre o mesmo.