As 11 principais empresas do agronegócio com ações listadas ou registro na BM&FBovespa deverão reportar em seus próximos resultados trimestrais uma dívida em moeda estrangeira pelo menos R$ 22 bilhões maior do que em 30 de junho, por causa da oscilação cambial desde então. Apesar disso, boa parte das dívidas em moeda estrangeira dessas empresas estão protegidas por receitas na mesma moeda ou por instrumentos de hedge para o passivo de curto prazo.
Refratária tanto à prática da contabilidade de hedge quanto à tese do “hedge natural”, a JBS faz o hedge de 100% de sua exposição ao dólar. No fim de junho, a dívida bruta em moeda estrangeira da JBS somava R$ 42,3 bilhões. Com a Ptax de quinta-feira, o montante sobe para R$ 52,9 bilhões. Mas, por causa da política de hedge, a companhia não deverá acusar impactos negativos nos resultados deste terceiro trimestre.
A Minerva Foods adota como política tanto instrumentos efetivos de hedge para o passivo de curto prazo quanto as receitas de exportações ou das operações no exterior. No caso da dívida principal em moeda estrangeira, 40% estavam protegidos por instrumentos de hedge no fim do segundo trimestre.
Na avaliação da Marfrig, a receita das exportações e as operações no exterior “absorvem o efeito da paridade cambial no pagamento de juros, mantendo o fluxo de caixa”. Além disso, a empresa informou que o percentual das despesas financeiras que sofrem impacto cambial (75%) está em linha com as receitas em moeda estrangeira.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.