A evolução dos custos da pecuária de corte deve fechar o ano com alta superior a 10%. No acumulado dos 10 primeiros meses do ano, a cotação média do boi gordo recuou 2% e a inflação (IGP-M) avançou 10,69%. Apesar das expectativas de recuperação das receitas em outubro (entressafra), a média deste mês ainda ficou 0,4% abaixo da de setembro.
A perda de receita e o aumento de custos dentro da propriedade, somados à inflação no período, denotam um achatamento na margem de lucro do pecuarista próxima a 20%.
O preço dos fertilizantes subiu em média, de janeiro a outubro 20,54%. Os fertilizantes representam 4% dos custos totais. Este encarecimento tende a diminuir os investimentos em pastagens de alta produção.
O sal mineral, um dos insumos de produção mais importantes teve alta mensal superior a 1%, batendo em 12,26% nos primeiros 10 meses do ano.
Os derivados do aço, essenciais para a construção e manutenção de cercas foram um dos que mais subiram. Até outubro a alta foi de 21,03%. O encarecimento destes produtos também pode, de certa forma, reduzir a produtividade nacional, pois indica uma precarização das instalações envolvidas no manejo.
O óleo diesel, combustível essencial para a movimentação dentro das propriedades acumula alta de 9,60% até outubro, e as máquinas e implementos encareceram em 20,69%.
Apenas dois itens não subiram de preço entre janeiro a outubro do ano corrente. Foram os insumos para a reprodução animal (-0,22%) e o preço dos bezerros (-1,43%). O pecuarista que realiza a cria foi o mais prejudicado dentro da cadeia pecuária. Ao contrário dos invernistas que puderam se beneficiar durante o ano, realizando boas trocas, diminuindo parte de seus custos, o criador não pode “repassar” o aumento dos custos.
Fonte: Equipe BeefPoint, com dados do Cepea