O governo do Amazonas liberou na quarta-feira o comércio de produtos e subprodutos de animais suscetíveis à febre aftosa procedentes do município de Careiro da Várzea (a 30 quilômetros de Manaus), onde em agosto foram detectados cinco focos da doença. A liberação se estende a animais para abate imediato, mas continuam impedidos de sair do município bovinos e bubalinos para cria, recria e engorda.
Segundo o delegado federal de agricultura no estado, José Rogério Vasconcelos de Araújo, as ações de combate à doença foram concluídas, mas continuam interditadas as cinco propriedades que tiveram focos confirmados.
Os focos, provocados pelo vírus tipo C (uma variedade atípica que há 10 anos não ocorria na América Latina), foram rapidamente combatidos numa ação conjunta que envolveu a participação de autoridades federais (ministérios da Agricultura e Defesa) e estaduais (Codesave, PM, e faculdades de medicina veterinária).
Na campanha de combate ao vírus, vacinação e implantação de barreiras sanitárias foram utilizadas três embarcações do Exército com 45 homens, quatro embarcações da Marinha, 25 voadeiras (pequenos barcos com motor de popa) e equipes de fiscais federais e estaduais.
Segundo Araújo, 100% das propriedades de Careiro da Várzea tiveram seus animais vacinados e foram cadastradas. Para o diretor da Comissão Executiva de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Estado do Amazonas (Codesave), Alexandre Freitas de Araújo, o incidente “reforçou a consciência para a importância da vacinação no estado”, que há quatro anos não registrava casos de aftosa. O trabalho permitiu, ainda, a quantificação exata do rebanho do município, antes estimado em 40 mil animais. A vacinação identificou a existência de 68 mil cabeças. Já o número de propriedades rurais será divulgado nos próximos dias, com a conclusão do levantamento feito a campo.
Penalidades
Uma revisão da legislação estadual sobre defesa sanitária, aprovada pela Assembléia Legislativa do Amazonas, foi sancionada ontem pelo governador, Carlos Eduardo de Souza Braga, tornando mais severas as multas e penalidades para os pecuaristas quem deixarem de vacinar seus rebanhos ou omitirem a ocorrência de focos de aftosa na propriedade.
Ao contrário da lei anterior, que previa o controle da doença, a nova legislação prevê sua erradicação no estado.
Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint