Ambientalistas começam a se mexer para a Rio+20

Organizações da sociedade e movimentos ambientalistas estão se articulando para tentar influenciar as decisões da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD) Rio+20, que será realizada no Rio de Janeiro, em 2012. O que nós (setor produtivo) vamos fazer?

Organizações da sociedade e movimentos ambientalistas estão se articulando para tentar influenciar as decisões da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD) Rio+20, que será realizada no Rio de Janeiro, em 2012.

A ideia é reunir entidades para instalar a Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, que funcionará paralelamente à conferência. A cúpula também acompanhará os eventos preparatórios para a Rio+20.

Cerca de 150 entidades de 27 país querem garantir a aprovação de propostas para o fim de problemas ambientais que acentuam desigualdades sociais, além de chamar atenção para o mito da “economia verde”, segundo o representante dos povos indígenas Marcos Terena.

“Não vamos permitir que o argumento da ´economia verde´ olhe para a Amazônia, as florestas, a natureza, como mais uma fonte mercadológica capaz de atender as mesmas pessoas que estão destruindo o meio ambiente: os grandes blocos industriais, econômicos e até estatais”, disse.

Para Fátima Mello, que integra a Rede Brasileira de Integração dos Povos, os países têm dificuldades de assumir compromissos com medo de prejudicar as economias, mas a Rio+20 pedirá que comecem imediatamente um novo ciclo de economia comprometido com as novas realidades ambientais.

“Vamos afirmar que não haverá uma RIO+40. Nosso planeta não aguentará isso. Vamos dizer claramente que estamos cansados de conferências sem capacidade implementação e compromissos que não são condizentes com a crise do nosso planeta”, disse.

Para organizar a Cúpula dos Povos, que deve promover debates, palestras e outros eventos durante a Rio+20, no Aterro do Flamengo, as organizações se reúnem até amanhã (2), na capital fluminense. Estima-se a presença de 500 pessoas de diversas organizações.

Os ativistas avaliarão a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio92 ou Eco 92, que há 20 anos discutiu medidas para frear o aquecimento global, como o Protocolo de Quioto. O documento propôs a redução da emissão de gases de efeito estufa.

A expectativa é que outros assuntos, como os impactos sociais e ambientais das obras para Olimpíadas e a Copa do Mundo, também sejam debatidos. O ativista sul-africano Brian Ashley disse que está impressionado em ver as semelhanças nas reivindicações na África do Sul, último país a organizar a Copa, e no Brasil em relação ao evento esportivo.

“De repente, apareceu dinheiro para construção de elefantes brancos, como os estádios. Estamos vendo isso aqui também”, disse. Segundo ele, na África do Sul o problema dos transportes no país vem desde o Apartheid, e não foi resolvido com os investimentos da Copa do Mundo de 2010.

A matéria é de Isabela Vieira, publicada pela Agência Brasil, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

2 Comments

  1. MÁRCIO REZENDE EVARISTO CARLOS disse:

    Na materia e dito: "Vamos afirmar que não haverá uma RIO 40. NOSSO PLANETA NAO AGUENTARA ISSO. Vamos dizer claramente que estamos cansados de conferências sem capacidade implementação e compromissos que não são condizentes com a CRISE DO NOSSO PLANETA". A declaracao feita nessa materia merece um comentario. a Terra aguentara qualquer coisa que nao seja a sua desintegracao em po. A Terra nao esta vivendo uma crise. A especie humana esta vivendo uma crise. Nos conseguimos nos esquivar dos meios pelos quais a natureza controlaria o tamanho da nossa populacao (usamos vacinas e antibioticos para nos proteger das doencas, usamos protetor solar para evitar cancer, produzimos alimentos em escala para ter alimentos para todos, etc.). Entao, os mecanismos para nos manter em um numero equilibrado de individuos se tornam mais radicais e promovem uma mudanca no ambiente terrestre que favorecera algumas especies e desfavorecera outras. Ocorre que nos estamos entre as desfavorecidas e esse e o ponto. O movimento ambientalista na verdade tem o seu foco em salvar o SER HUMANO e nao a Terra. Ela sobreviveria sem a especie humana, sendo que os organismos que melhor se adaptarem as novas condicoes continuarao o ciclo de vida no planeta. As acoes ambientalistas sao enfim tentativas do ser humano em alterar o andamento de consequencias naturais para manutencao do equilibrio. Isso  por termos nos dado conta de que nao sobreviveriamos as mudancas que veem pela frente. Nesse sentido, e bom entender que estamos tentando preservar a nossa especie (e nao a Terra, pois o ciclo da vida seguira) e isso e natural. A especie humana seria um acidente ou um erro da natureza? Afinal, quantas especies ja estiveram na superficie terrestre e nao mais estao (dinossauros, por exemplo).  Mas, para sustentar a populacao humana na Terra (mesmo que ela ficasse estavel no tamanho que tem hoje) teremos que buscar solucoes reais para o problema. O processo natural foi deflagrado e so a estrategia da preservacao e reducao de emissoes de carbono ja parece nao ser suficiente ate porque o nivel de mudanca demandado e o reflexo dessas mudancas nas engrenagens economicas, sociais e politicas do mundo nao vislumbram um sucesso no nivel e tempo necessarios. Acabaremos usando nossa engenhosidade para sobreviver, o que podera causar mais intervencao ainda no planeta. Recomendo a leitura dos artigos da revista The Economist chamadas "The Anthropocene – A man-made world" (http://www.economist.com/node/18741749) e "Welcome to the Anthropocene" (http://www.economist.com/node/18744401), ambas publicadas na edicao de 28 de maio de 2011 e do livro "Revolutions that made the earth" de Tim Lenton e Andrew Watson, que procuram dar a esse discurso um direcionamento um pouco mais pratico

  2. Jucelino dos Reis disse:

    1-Discutir meio ambiente, sem discutir em primeiro lugar , controle de natalidade é pura picaretagem. Na conferência de  Kopenhagen falou-se superficialmente sobre controle de natalidade. Foi o suficiente para os comunas sairem de lá frustrados. Eles não querem solução, querem mesmo é futricas especialmente contra  produtor rural.

    2-O maior problema ambiental atualmente, não esta no campo, mas sim nas cidades,  que despejan seus dejetos nos rios. No Brasil isso corresponde  a 80% em média. Não há nenhuma cidade brasileira que trate a totalidade de seus esgotos.

    3-98% das cidades brasileiras não sabem o que fazer com  seus lixões.

    É isso que temos que monstrar.

    Já vai muito longe o tempo em que o produtor descartava sua embalagem de agrotóxicos  no rio da sua propriedade. Todos aderiram ao plantio direto. Se um ambientalista for indagado sobre o que representou para a humanidade a adoção do sistema de plantio direto , duvido que saiba. Os produtores já fizeram muito e ainda estão fazendo, muito mais que qualquer outro,  a sua parte na preservação do ambiente, falta os comunas fazerem alguma coisa, mas fazer mesmo, na prática. E não ficarem tirando uma de intelectual de boteco.

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