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Americanos e australianos temem presença do Friboi

Americanos estão preocupados com os planos do Grupo JBS - Friboi de se tornar o maior frigorífico dos Estados Unidos. Para empresários do setor australiano, a ameaça proveniente da compra de unidades no país e nos Estados Unidos pelo grupo JBS-Friboi vai além da perspectiva de o Brasil vir a controlar o segundo maior mercado de destino da carne australiana: os EUA. Produtores temem a triangulação do produto - o brasileiro vir a ser reexportado, da Austrália para seus mercados cativos da Ásia - e o domínio no setor produtivo do país.

Uma coalizão de setenta e dois grupos, incluindo produtores de bovinos, consumidores e líderes religiosos estão preocupados com os planos do Grupo JBS – Friboi de se tornar o maior frigorífico dos Estados Unidos, comprando a National Beef Packing Co., as operações de carne bovina da Smithfield Foods e a Five Rivers Ranch Cattle Feeding, informou o The North Platte Bulletin.

As 72 organizações escreveram uma carta destinada ao Departamento de Justiça dos EUA com múltiplas assinaturas em 25 de março, pedindo que os oficiais de justiça do país “examinem a fusão, emitam um segundo requerimento (para mais informações sobre a JBS) e considerem fortemente bloquear o negócio”.

Se o negócio prosperar, juntamente com a proposta de compra de algumas companhias de carne bovina da Austrália, o JBS controlaria 10% da oferta de carne bovina do mundo e 32% da capacidade de abate da indústria dos EUA. A empresa somente teria dois competidores importantes nos EUA – Tyson e Cargill.

Os assinantes da carta disseram que as compras do JBS prejudicariam os preços, as opções, a inovação e a competição na indústria de carne bovina. “Reduzir o número dos principais processadores de carne bovina de cinco para três provavelmente terá efeitos adversos para os consumidores, bem como para os produtores”, diz a carta.

Ao anunciar as aquisições propostas, o presidente e diretor executivo da JBS, Joesley Batista, reconheceu que controlar 32% da capacidade de abates comerciais “é uma grande posição”, mas afirmou que os bens adquiridos dão aos produtores dos EUA mais plantas para as quais podem vender seu gado.

“Com esta combinação, olhando localmente, não temos uma grande concentração naqueles estados. Por exemplo, as plantas de carne bovina da Smithfield estão completamente em outra região do que as da National Beef. Estamos confiantes que este acordo trará acréscimos aos produtores”.

O Departamento de Justiça não comentou sobre o acordo nem sobre um prazo para sua decisão. “Tudo o que posso dizer é que a Divisão Antitruste está investigando a transação proposta”, disse a porta-voz, Gina Talamona, ao MeatingPlace.com.

Segundo reportagem do jornal o Estado de S. Paulo, para empresários do setor australiano, a ameaça proveniente da compra de unidades no país e nos Estados Unidos pelo grupo JBS-Friboi vai além da perspectiva de o Brasil vir a controlar o segundo maior mercado de destino da carne australiana: os EUA. Produtores temem a triangulação do produto – o brasileiro vir a ser reexportado, da Austrália para seus mercados cativos da Ásia – e o domínio no setor produtivo do país.

Para empresários do setor australiano, a ameaça proveniente da compra de unidades no país e nos Estados Unidos pelo grupo JBS-Friboi vai além da perspectiva de o Brasil vir a controlar o segundo maior mercado de destino da carne australiana: os EUA. Produtores temem a triangulação do produto – o brasileiro vir a ser reexportado, da Austrália para seus mercados cativos da Ásia – e o domínio no setor produtivo do país. “O Friboi é o maior exportador de carne para a Coréia. Estamos preocupados com essa movimentação”, admitiu Glen Feist, da Meat and Livestock Austrália (MLA).

A preocupação é com a possível perda do espaço já ocupado nos exigentes mercados asiáticos. Trata-se de um risco que o consultor na área de saúde animal, Peter Scott, teme ocorrer se o Japão liberar suas importações para regiões do Brasil.

Livre da febre aftosa sem vacinação, o rebanho de corte da Austrália alcança 26 milhões de cabeças, 13% do brasileiro. As exportações brasileiras em 2007, de US$ 4,4 bilhões, foram pouco maiores que as australianas, de US$ 4,1 bilhões.

0 Comments

  1. Claudio Alberto Zenha Carvalho disse:

    Concordo plenamente com a preocupação dos americanos; a concentração de poder de abate prejudica em muito a concorrencia, com efeitos danosos a todos nós. Seria interessante mandar uma cópia do vídeo da reunião dos frigoríficos brasileiros aos americanos, onde o dono do JBS e seus “coleguinhas” combinam o preço que querem pagar aos pecuaristas brasileiros, num flagrante crime de cartelização. Aliás, , quando interpelados judicialmente, alguns deram uns “trocadinhos” indecentes num acôrdo idem, e outros foram condenados a pagar muito pouco, ou quase nada.

  2. Sérgio Lima Vieira disse:

    Perfeito. Eles tem o que nos falta, coragem, justiça que age, produtores e representantes de classes enfim a todos que tem consciencia do que o gigantismo pode ocasionar e o que vai sobrar para quem consome e quem vende.

    Perdem todos, so quem ganha é o jbs.

  3. RODRIGO TERRA disse:

    Infelizmente ainda existem pessoas que enchergam o crescimento o desenvolvimento de um grupo genuinamente Brasileiro, que sempre quebrou paradigmas no setor no qual atua e mais uma vez vem mostrando o quanto leva a sério os seus negócios e acreditam no desenvolvimento com responsabilidade, e sempre levando a bandeira do nosso país a quase todos os continentes.

    Seria sim interessante, destacar mais uma vez para todos a história de um grupo genuinamente Goiano, que se tornou o maior Frigorifico do mundo e que com muito trabalho está a frente de muitos, e está mostrando que temos que trabalhar e acreditar para sermos sempre os primeiros naquilo que nos propusemos a fazer, e não desacreditar e até mesmo criticar o trabalho dos outros.