Em maio de 2003, os Estados Unidos – juntamente com uma série de outros países – fecharam seu mercado à carne bovina canadense e aos bovinos vivos do Canadá após este país ter registrado seu primeiro caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da ‘vaca louca’, em uma vaca nascida no país. Depois disso, os EUA e outros países reabriram seus mercados a cortes de carne bovina de baixo risco. No final do ano passado, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) concordou em voltar a importar bovinos vivos do Canadá – com certas condições, exigindo que o animal tenha menos de 30 meses de idade e que seja rapidamente abatido após a entrada nos EUA. As importações deverão ser retomadas em sete de março.
No entanto, logo após os EUA terem concordado com esse acordo de reabertura, o Canadá confirmou dois novos casos de EEB. Diante disso, vários grupos relacionados ao setor de produção de carne dos EUA pediram que o USDA reconsiderasse sua decisão e cancelasse o plano de permitir importações de bovinos vivos canadenses.
Argumentando que os processadores de carne já passaram por “danos financeiros significantes e prolongados” por causa da contínua barreira imposta às importações de bovinos canadenses, o Instituto Americano de Carnes (AMI) abriu uma ação judicial pedindo uma ordem preliminar contra o USDA para colocar um fim à barreira que já dura 18 meses.
“A barreira aos bovinos de 30 meses de idade ou mais já está em funcionamento desde maio de 2003, quando o Canadá diagnosticou seu primeiro caso de EEB”, disse o AMI. “Não existem razões científicas, legais ou lógicas para continuar com a barreira aos bovinos canadenses”, disse o vice-presidente sênior para assuntos de regulamentação e conselho geral do AMI, Mark Dopp. “Essa barreira está causando conseqüências econômicas drásticas e permanentes em ambos os lados da fronteira, prejudicando os trabalhadores americanos e canadenses enquanto não serve a um propósito válido”.
O AMI argumentou que desde o fechamento da fronteira em maio de 2003, muitos frigoríficos dos EUA tiveram grandes perdas econômicas devido à menor oferta de bovinos, enquanto o Canadá teve que tomar medidas para expandir sua capacidade doméstica de abate. “Os danos causados aos frigoríficos dos EUA e seus empregados foram severos, prolongados e, em alguns casos, permanentes. A cada dia a mais que essa barreira se estende, mais plantas dos EUA vão fechando suas portas”.
Dopp disse também que, a menos que a nova lei do USDA seja modificada, isso resultará em perdas de milhares de empregos em frigoríficos. “Isso acontecerá principalmente porque a barreira proibirá a importação de bovinos canadenses mais velhos para o processamento nas plantas dos EUA, enquanto permitirá a importação de carne desses mesmos animais, processados nas plantas do Canadá”, disse o AMI.
Fonte: MeatNews.com, adaptado por Equipe BeefPoint