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28 de abril de 2011
Mercados Futuros – 29/04/11
2 de maio de 2011

Analisando o JBS Day com investidores

Participei há alguns dias de um evento do JBS de relacionamento com investidores em São Paulo, SP. A empresa reuniu numa manhã seus principais diretores, de unidades de todo o mundo, para apresentar sua estratégia, números e responder a perguntas dos presentes. Todo o alto escalão da empresa no mundo estava presente e isso impressiona positivamente. Apresento aqui minha análise do que ouvi e minhas percepções sobre o mercado e a empresa.

Participei há alguns dias de um evento do JBS de relacionamento com investidores em São Paulo, SP. A empresa reuniu numa manhã seus principais diretores, de unidades de todo o mundo, para apresentar sua estratégia, números e responder a perguntas dos presentes. Todo o alto escalão da empresa no mundo estava presente e isso impressiona positivamente. Apresento aqui minha análise do que ouvi e minhas percepções sobre o mercado e a empresa.

O cenário mundial de longo prazo para o JBS é excelente. O mundo vai comer mais e mais carnes: bovina, suína, de aves e inclusive carne ovina. O crescimento da população, da renda per capita e percentual da população que vive nas cidades são três fortes direcionadores de demanda para os próximos anos. Isso não há dúvida. Já sendo a maior empresa do mundo de carnes, há um potencial muito grande a ser explorado.

A estratégia da empresa de longo prazo também faz muito sentido. Operação com escala global num mercado de margens apertadas é muito interessante. O fato do JBS ter hoje produção de carnes nos principais países produtores e ter estrutura de venda e distribuição nos principais mercados consumidores é uma força muito grande. Integrar tudo isso tem um grande potencial de receita e lucros.

A pirâmide da estratégia que apresentam em todas as reuniões há vários anos faz muito sentido para mim: operação enxuta, ganhos de produtividade e escala, plataforma global de produção, plataforma global de vendas e distribuição. E no futuro marcas e produtos de maior valor agregado.

Além disso, em muitos aspectos, a empresa é uma grande vencedora no mercado de carnes. Foi a primeira a se profissionalizar, organizando seus números e se preparando para receber investimentos e abrir capital. Acertou no tempo, e isso ajudou muito. Outras empresas que fizeram processo idêntico, mas demoraram um pouco mais, perderam uma janela de oportunidade do mercado que dificilmente voltará. A empresa cresceu e muito, e ocupou um espaço vazio, e que é difícil de ser desbancado.

Outro fator interessante do JBS é que ele se tornou uma espécie de Geni (da famosa música de Chico Buarque) do setor. Por ser um gigante e com passos controversos muitas vezes, chama muita atenção, atrai críticas de todos os lados e coleciona uma série de inimigos (ou pelo menos de implicantes). É fácil se colocar hoje como um “inimigo” do JBS. É apontado como causador de problemas ambientais e sociais (como a recente acusação no estado do Acre), como causa (indireta) dos problemas financeiros dos pequenos e médios frigoríficos. E a lista por aí vai.

Coloco isso pois é importante entender que a questão é também emocional e não apenas técnica/racional em muitos momentos. Tem muita gente que por princípio é contra e já a considera culpada. Ler os comentários aqui no BeefPoint sobre a empresa é um exercício interessante desse processo. Há comentários e críticas embasadas, no meio de um grande número de comentários apaixonados. Essa relação emocionada dificulta uma análise crítica e inteligente.

Fora essa questão de relacionamento, qual minha visão da situação atual do JBS?

O JBS foca muito pouco, hoje, em carnes de alta qualidade e com marca aqui no Brasil. Esse é um mercado crescente e a empresa tem uma experiência muito grande com isso nos EUA. Outro ponto fraco é o relacionamento com pecuaristas. Conheço bons pecuaristas que não gostam de vender para o JBS, consideram a empresa difícil ou ruim de se negociar. Há gente que fala que só vende para a empresa por falta de opção ou para minimizar riscos, mas comenta que os melhores lotes não vão para lá. Vendem, mas não a cabeceira. Esses dois fatores (carne de qualidade e relacionamento com fornecedores) serão fundamentais daqui em diante, visto que o mercado de produtos premium cresce e que é fundamental ter um ótimo relacionamento com os melhores pecuaristas para comprar gado bom num mercado enxuto. Parece que em muitos casos, a opção é focar na produção de gado próprio, via confinamentos, e dedicar menos atenção a cultivar o interesse dos pecuaristas.

A empresa também não fala muito sobre o que não dá muito certo. No ano passado lançou um projeto inovador e ousado de venda de carne porta-a-porta usando vans. A ideia era potencialmente interessante pois há uma margem muito grande entre o preço que o frigorífico vende no atacado e o preço que o consumidor final paga. Era muito arriscada pois batia de frente com o grande varejo e também com o pequeno varejo e açougue, ou seja, de fornecedor de carne aos açougues, estava se tornando um concorrente. Eram 400 em operação no ano passado, segundo declaração da empresa no workshop BeefPoint sobre mercado que fizemos em maio/2010.

Na seção de perguntas do JBS Day, indaguei sobre como estavam as vans, que ninguém mais falava nelas. A resposta foi um pouco vaga, dizendo que estão reformulando o conceito e que vão vender produtos mais elaborados, de maior valor. O recado que ficou para mim, e acho que para os demais, é que não deu certo e foi descontinuado, mas sem grandes explicações. A falta de explicações quando as coisas não saem como esperado e divulgado, diminui a confiança do mercado.

Outro projeto inovador e ousado foi a mudança da equipe de compradores de gado para abate. Tradicionalmente os frigoríficos têm alguns poucos compradores em cada planta, que recebem salários altos e que têm um ótimo relacionamento com produtores da região. Ou seja, um sistema bem antigo, com os negócios nas mãos de pouca gente. O JBS optou por fazer um troca arriscada nessa ponta da operação. Contratou um grande número de funcionários juniores ou com pouca experiência para fazer esse trabalho que era concentrado na mão de poucos e tradicionais compradores.

A ideia era que esse novo “exército” de compradores iria comprar de muitos pequenos produtores, com preços muito mais baixo que dos grandes, além de fazer negócios intermediados pelo Banco JBS, como financiamento, venda de insumos, etc. Tudo indica que esse projeto não está dando certo. Pelos estados por onde ando, dizem que não funcionou, que deu errado, que descontinuaram, mandando embora essa equipe, em alguns lugares apelidada de motoboi, uma referências aos motoboys das cidades e ao fato de usarem motocicletas. Nada sobre isso foi falado na reunião com os investidores, nem nos comunicados e matérias na imprensa recente.

Um dos pilares da empresa é o uso de administração nos moldes da Ambev ou do consultor Vicente Falconi. Ou seja, medição completa dos indicadores de desempenho, análise criteriosa dos números e plano de ação em cima dessa análise. Por ter plantas e operações em diversos lugares, usa uma técnica chamada benchmarking, que é a comparação de resultados de diferentes lugares em cada uma das métricas, para ver onde se tem mais eficiência e buscar rapidamente a adoção de melhores práticas em cada um desses indicadores, usando e espalhando o conhecimento dentro da empresa de como fazer melhor, mais barato e mais rápido. Isso faz todo sentido e é uma das grandes vantagens de uma grande empresa. Podem usar o que há de melhor dentro da operação. E ninguém de uma determinada planta vai dizer que é impossível chegar naquele número se existe um exemplo real dentro da própria empresa. Num formato como esse de gestão, as reuniões são objetivas e muito focadas em números. Por outro lado, produtores reclamam de desorganização, e reportam problemas como cancelamento de embarque sem aviso prévio.

O que surpreende é que a reunião com investidores teve um formato bem diferente desse que era o mais provável. Se falou muito pouco dos números operacionais da empresa e de como ela está fazendo para obter resultado. Fiquei com a impressão que se falou muito mais das oportunidades externas a empresa, como o crescimento do mercado mundial (fatores muito positivos e promissores para a empresa), mas pouco se falou sobre como a empresa vai buscar efetivamente esses resultados dentro da operação. A apresentação e as falas dos executivos tinham mais adjetivos do que números específicos e objetivos, como eu esperava ver numa empresa focada em benchmarking.

Por exemplo, só falaram em números da ociosidade das plantas no Brasil (25%) e nos EUA (5%) quando perguntei sobre isso. Já tinham falado sobre o tema na apresentação, mas sem dar números precisos.

No ano passado, o JBS teve um prejuízo de mais de R$ 200 milhões, penalizado pela multa que teve de pagar ao BNDES por não fazer o IPO nos EUA em 2010. Eles afirmaram que em 2011 não terão uma série de despesas não recorrentes que tiveram em 2010. Eu fiquei com vontade de ouvir mais sobre o que a empresa vai fazer de diferente esse ano.

Me lembrei de um perfil que li certa vez do ex-ministro Pratini de Moraes, que hoje trabalha no JBS, de que ele não gostava de ler relatórios que tivessem adjetivos demais, era um indicativo de que o material não tinha consistência e dados suficientes.

No livro “Doing what matters”, que recebeu elogios e endosso de Jack Welch e Warren Buffet, o autor, que foi CEO da Gilette, detalha como se relacionava com analistas e com investidores. Treinava e revisava muito suas apresentações. Durante um período de retomada, optou por não publicar projeções futuras de resultados (como o JBS tem feito atualmente), mas sempre oferecia detalhes de como seria feito e esmiuçava os dados passados para mostrar o que e como estavam fazendo.

Outro ponto interessante, que não dá para deixar de notar numa empresa que fatura mais de R$ 50 bilhões é a tentativa de passar uma imagem simples e caipira dos principais executivos. Me parece mais uma escolha pró-ativa em se mostrar simples e rural, do que uma fragilidade. Lembra um pouco o estilo “Lula” de falar sempre a língua do povo para se aproximar mais do público.

No final do evento, também afirmaram que no Brasil a oferta de gado vai voltar a crescer, já em 2011, o que vai tranquilizar o fornecimento de gado para abate. É possível (apesar de improvável) que isso aconteça, e acho temeroso basear a estratégia nessa premissa. Ainda há muito a acontecer antes de se afirmar que teremos uma retomada da oferta de gado para abate, graças ao maior confinamento e mudança do ciclo pecuário.

Minha avaliação é que mesmo com uma ótima perspectiva de mercado futuro e também uma estratégia de longo prazo que faz sentido, a gestão atual não tem conseguido mostrar como vão transformar em realidade essas oportunidades. Isso tem influenciado no valor das ações. Hoje o valor de mercado do JBS está abaixo do valor de abril/2007. De lá para cá, a empresa cresceu muito, fez inúmeras aquisições. Ou seja, cresceu em tamanho, mas o mercado acha que vale menos do que valia em 2007.

0 Comments

  1. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro Miguel,

    Parabens pela materia e principalmente para o ultimo paragrafo com qual eu concorde plenamente.

    Uma coisa que falta para mim é o desejo e vontade de re-inventar todos os processos nas industrais de carnes.

    Como fazer mais e melhor com que tem desde a criador até o consumidor final dos produtos.

    As vezes chegou a hora de fazer um Workshop sobre este assunto porque até hoje sómente tivemos estes atividades pelo e para os pecuaristas; chegou a hora das industrias.

    Um abraço, Louis.

  2. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Excelente este enfoque de insider, comentando bastidores e contando novidades que ninguém divulga. Quero mais…

  3. Luiz Rodolfo Riccelli Galante disse:

    Caro Miguel,

    Seus artigos são sempre imparciais e sensatos.

    Pessoalmente, ainda acho que o JBS é a maior furada, desculpe a expressão. Será que Warren Buffet comprou alguma Ação dessa empresa? E será que os "executivos caipiras", como você diz, contrataram essa gente de peso toda e eles estão certos do que fazer?

    A oferta ano que vem não estabiliza, isso é papo furado e mostra um falso otimismo.

    Tudo bem que em reunião de acionistas, o que interessa é a última linha – quanto deu ou sobrou. O resultado. Mas toda empresa que abre seu capital tem que investir no longo prazo, na sustentabilidade, na tal cultura organizacional (não só uma placa na parede onde estão escritas a missão, visão e valores). Tem que apostar no seu capital humano, e isso não é só número. Como será que está a relação com produtores, fornecedores, pessoal da operação, 3º e 2º escalão da empresa?

    E tem muito dinheiro do BNDES nesse negócio (leia-se: nosso dinheiro). Tudo bem que financiar aquisições e melhorias gera uma tremenda alavancagem (capacidade de geração de capital), porque não é dinheiro podre colocado em fluxo de caixa, que só endivida mais a empresa. Mas…  como os altos caipiras mesmo falam – o governo entrou nessa por que quis. Eu não quis.

    A pecuária é definida como oligopsônio, ou seja, um mundarel de produtores para poucas indústrias. Estudos sérios já mostraram que existe poder de mercado dos frigoríficos.

    Em suma, chego ao fim de meu comentário convicto de que o JBS, Marfrig, BRF podem até se recuper, para o bem de seus acionistas, colaboadores e produtores, mas há um longo e incerto caminho pela frente, com enorme risco ao modelo social em que vivemos.

  4. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Uma coisa é fato: o crescimento acelerado de 2007 para 2011 ainda não gerou valor para o acionista do JBS. A estratégia de buscar ganhos de escala e atuação global pode seduzir, mas implica em grandes desafios gerenciais.  E o mercado, por enquanto, não acha que o grupo esteja enfrentando / superando estes desafios devidamente. Acho que é hora de consolidação e não de crescimento acelerado. E como vc Miguel, não acho que a oferta de bois ano que vem aqui no Brasil vá ser tão confortável assim.

  5. José Roberto Puoli disse:

    Caro Miguelito,

    Que oportunidade incrível participar de reuniões deste tipo. Parabéns.

    Fico, cada vez mais, me perguntando se toda essa discução sobre o JBS está na linha ou no caminho correto.

    Toda essa estória de monpólio, grana do BNDES, executivos caipiras etc. Como vc mesmo disse, tem muita peixão e acho isso ou acho aquilo, sobre este assunto.

    Porque que os produtores de soja não ficam na mesma discução com relação à ADM, Cargil e Bunge??? Só a ADM fatura  – US$60 bi, eles mandam no mercado da soja. Creio que a principla diferença é que essas empresas cresceram com o tempo e não tão rápido como o JBS.

    Será que não tínhamos que nos concentrar nos números que eles têm que publicar, pois estão na bolsa e ponto final.

    Eles já estão aí, é realidade. Pronto. O que podemos fazer, nada. Somente acompanhar o desempenho deles, e prestar atenção em como eles estão andando.

    Me parece um debate infrutífero.

    Acredito que seria extremamente útil se pegassemos o balanço que eles têm que publicar, abrissemos ele e olhassemos os detalhes que são realmente relevantes. Para ter uma idéia melhor do que está se passando com eles, e ponto. De novo, que mais podemos fazer. Nada.

    Independente de JBS ou quem quer que seja, a relação indústriaxpecuarista precisa melhorar. Neste tema vale a pena gastarmos bastante tempo para tentarmos resolve-lo.

    Abração

    limão

  6. Carlos Marcelo Saviani disse:

    Caro Miguel,

    Como sempre uma excelente e muito interessante analise! Excelente ideia! Continue fazendo isso para outras empresas do setor, de antes, dentro e depois da porteira. Apenas um ponto merece uma maior investigacao, a de que a empresa tem uma experiência muito grande com carnes de alta qualidade e com marca nos EUA. Com carnes de alta qualidade sim, mas nao por eles proprios mas sim pelo programa do USDA de classificacao de carnes e carcacas. Em relacao a marcas, nao vejo grandes diferencas daqui em relacao ao Brasil. O supermercado ainda e aquele que coloca o nome na maior parte das carnes e o unico programa de marca (na verdade de certificacao) bem reconhecido nacionalmente por aqui e o da carne Angus. As demais marcas sao locais e de baixo reconhecimento. Ainda me parece muito longe, mesmo por aqui, termos marcas de carne com a forca similar a de uma Coca-Cola, Maizena, Helmmans, Danone, Omo, etc. Um Grande Abraco e siga em frente!!

  7. Miguel da Rocha Cavalcanti disse:

    Limão, como de costume, seus comentários são excelentes. Na mosca.

    Vamos nos concentrar o que podemos melhorar/influenciar. Um ótimo tema para estudarmos aqui no BeefPoint.

    Obrigado. Abs, Miguel

  8. Emerson Figueiredo Simoes disse:

    Miguel,
    Parabéns pele enfoque e principalmente pela ousadia em expor as entranhas ou viceras do JBS.
    Trata-se  realmente uma tentativa de mudança de imagem junto a cadeia produtiva e dos investidores.
    Vejo que as estratégias diferem bastante dos "Brasilian Boys": Objetivos nas metas e estratégias de crescimento global com quebra de paradigmas de gestão.
    A política do JBS na relação com os fornecedores é burocrática e baseada numa estratégia de aumenta da escala com pagamento de maior preço para grandes players e achatando os preços para pequenos e médios produtores.
    Percebe-se uma tentativa firme de manipular os preços a nível regional e nacional.
    A força do mercado tem e continuará definindo os preços da @.
    O ciclo da pecuária começa na cria.
    Não podemos esquecer que o intervalo de gerações na pecuara

  9. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    A consolidação de uma estratégia empresarial,necessita de um prazo de maturação. Erros e acertos fazem parte da evolução,o importante é acertar mais do que errar.Torcemos para que o JBS com sua agressividade,consolide-se como uma marca  mundialmente forte.Fomos criticados algumas vezes neste site pela posição favorável a esta emprêsa, ficamos felizes com estas informações de bastidores que só

    corroboram a nossa opinião.

  10. Adauto Silva Gouveia Filho disse:

    Eu me coloco do lado de dentro da porteira e sei que esse galho do agronegocio é o mais trabalhoso, é o menos reconhecido e consequentemente o mais sofrido. porem, nada é mais prazeiroso do que PRODUZIR.

    Eu acredito nos CAIPIRAS, torço por eles, mas, aqueles que tiver de dentro da porteira precisam deiXar a vaidade de lado e melhorar a organização para conseguir melhoras.

    A @ tem que custar mais la no curral.

    É prazeiroso aprender aqui.   

  11. carlos massotti disse:

    Cenario mundial a longo prazo é excelente….a estrategia a longo prazo faz sentido…..até aí tudo certo  e tudo muito obvio-!!!!

    0ferta de gado vai crescer em 2011!! esta afirmacao me parece ser de um super exagerado otimismo…….extranha afirmacao vindo de uma empresa global que deveria conhecer em profundidade o mercado pois vai contra todas as expectativas!

    Se falou muito pouco dos resultados operacionais(???) -que extranho porque será? Se tivessem dado lucro será que nao falariam tambem??

    prejuizo de 200 milhoes em 2010…..quanto será o prejuizo de 2011??

    Realmente é muito extranho nao se haver falado sobre os resultados operacionais – mas sabe-se que os prejuizos sao grandes (alias vultuosos !!!)-o mercado sabe do prejuizo e do mau desempenho  e precifica estes problemas no  preco das acoes do JBS  -Ora  hoje a empresa , apesar de ser muito maior, vale muito menos que em 2007 -como é possivel??- que outra coisa pode explicar isto senao prejuizos?

    a estrategia de nao falar sobre o pessimo desempenho  ou  coisas que nao deram  certo (caso das vans por exemplo!) só resulta em maior desconfianca do mercado!

    A grande verdade é que a empresa cresceu demais e muito rapido por isto tornou-se quase inadministravel -o mercado conhece muito bem os erros gerenciais do JBS exemplificando – alta capacidade ociosa das plantas (falam em 25% mas deve ser mais em torno de 35 a 40%) –  falta de foco no negocio em si,, desorganizacao administrativa, politica de vendas incoerente e suicida, ,mau relacionamento com fornecedores e clientes, – ,muitos  destes erros terao que ser corrigidos muito rapidamente, pois mesmo com a fantastica cobertura financeira  que este gigante  possui ,pode chegar uma hora em que as perdas comecem a afetar o cash flow – e voces sabem aquele velho ditado – dinheiro nao aguenta desaforo!

  12. eduardo ramalho disse:

    Um comentario a todos,

    voçes percebem ,quem esta perto das unidades do JBS ,se essa questão da capacidade ociosa é realmente o que se esta informando,Pois pro onde ando e conheço,Campo Grande,Navirai,Maringa,Rondonopolis e talvez mais algumas a ociosidade chega a pelo menos 50% ou mais .Sera que se consegue gerar receita positiva comprando o Boi mais caro que os pequenos frigos.,ofertando pgtos a prazo e vendendo carne abaixo de preços remuneradores.Por exemplo se pagandop boi a R$98 e vendendo carne a R$ 93 se consegue fechar a conta .pelo que conheço e vivo acho que não.

    Cuidado pessoal acho que todos podem estar iludidos com palavras,procurem os numeros verdadeiros eu penso que vamos nos assurtar.

  13. Evándro d. Sàmtos. disse:

    Olá Miguel,

    Eu estou com a clara impressão de que o mercado não esta satisfeito em ter mega empresas em nosso setor,estou entendendo que o grau de confiança,tanto de investidores no BMF&F (Relativo a JBS),quanto de pecuarista e mesmo de cliente é muito pequeno.

    O mesmo ocorre com os relacionamentos no setor,desgastados,equivocados e depreciados.

    Quanto maior o nível de ocupação das escalas de abate destas empresas mais inseguro ficam os agentes,em geral dos mercados,até porque não existe margens monetárias positivas (abates e desossas),objeto principal para boa pratica de gestão empresarial.

    As diferenças entre os valores pagos pelas @s dos animais abatidos e o auferido nas vendas das carnes,miúdos,couro,sebo e sub produtos em geral é muito grande,nem com mágica as contas fecham,em um mundo real,as contas precisam fechar,2 + 2 precisar,tem que ser igual 4…e ai,como explicar isto para os investidores e para o mercado em geral?!

    Concordo que quanto maior,quanto mais aparece maior alvo se torna de comentários diversos,passa a ser vidraça.

    Mas quando o telhado é de vidro.quando as ações do dia a dia são estranhas as boas praticas empresarias,políticas,de bom relacionamento com os agentes de mercado,de transparência com estes mesmos agentes e também com as pessoas que investem em seus papeis,ai a coisa fica mesmo estranha,e acabam derivando em toda sorte de comentários,sejam eles apaixonados,reias,irreias…

    O importante é que já vemos varias outras plantas que estavam paralisadas retornando aos abates tendo a frente novos agentes,empresários no setor.

    Cabe dizer,quando a maioria não crê ou fala algo,ou dá ressonância a algo,deve a maioria não ser idiota,talvez esta maioria tenha razão.

    Saudações,
    EVÁNDRO D. SÀMTOS.

  14. Alexandre Rosa Vilela disse:

    Parabens Miguel por esta excelente analise – J.B.S. Day.

    Particularmente acho a empresa muito desfocada e com varios problemas relacionados a organização.

    Foi um grande êrro o próprio governo ( B.N.D.S.) têr influenciado p/ está concentração do mercado. Não é  bom p/ nós produtores de carne.

    Alexandre Rosa Vilela

  15. claudio dabus figueiredo disse:

    Caro Miguel.

      Confesso não conseguir falar do JBS sem usar o fígado.

      Minha simpatia pela empresa é zero.

      É uma empresa predadora em relação aos seus fornecedores.

    E a obtenção dos recursos do BNDS para sua alavancagem é um dos pontos mais obscuros da era Lula. Se tivesse dado Serra o JBS continuaria vivo ?

    Por outro lado, a empresa trouxe profissionalismo para a gestão da industria frigor´fica,levando a cabo sua plataforma de crescimento, mostrando a fragilidade do antigo sistema dos “açougueiros que deram certo ” .

    Para mim , na região de Araputanga MT, o JBS é sempre a última opção.

    Abraço.

    Cláudio D. Figueiredo.

  16. Eder Vandre disse:

    Parabens Miguel…

    Obrigado pelas grandes informacoes .

    Pois como voce mesmo disse em uma palestra em Cuiaba-MT ….(Venda a Vista)

    Concordo , por que 30 dias ,  sao 30 dias e 30 noites …. isso sever para toda a classe frigorifica , pois nem tudo o que se apresente e o que se diz com a sua situacao financeira. Pois temos grupos muito forte  que vem trabalhando com seriedade e buscando inovacoes para a carne brasileira e tentando agregar valor , pois esse grupo e muito forte na parte de aves e esta retornando ao mercado bovino com grandes ideias ….

  17. Diego de Souza Lourenco Gil disse:

    Muito interessante Miguel !

    Creio que este tipo de informação contribui de forma expressiva à Pecuária Brasileira.

    Compartilho o que eu vejo: A política adotada hoje pelo JBS é o crescer, crescer, crescer…mas sem um horizonte totalmente desenhado. Esta é uma maneira de analisar, visto que Frigorífico depende de pecuarista e Pecuarista depende de Frigorífico, portanto não investir nessa relação eu considero um tiro no pé, pois é a base de todo o negócio envolvido.

    Esta política de expansão, de crescer em bases financeiras não sustentáveis (deixo claro que é o meu conceito) me assusta, pois estamos deixando um importante elo da cadeia (responsável pelo abate e obtenção do produto Carne) concentrada na mão de uma empresa que não quer saber a opinião dos seus fornecedores…no meu dia a dia eu tenho a oportunidade de conversar com esta equipe de juniores compradores de gado e a minha imagem é que esse pessoal trabalha sobre pressão e baseados puramente em números. Números estes que não utilizam o conceito empresarial do "Ganha – Ganha".

    Resumindo: O relacionamento Produtor X Frigorífico parece não ter importância alguma, tanto de um lado quanto do outro. Fica sempre no ar "o que eu ganho com isso" ?! Gostaria de saber de um profissional de mercado, empresa, etc..se este conceito se encaixa numa gestão de qualidade, sustentável, organizacional moderna ??!!

    Agradeço atenção.

  18. paulo bina disse:

    Caro Miguel,

    parabens pelo seu site, acompanho sempre, e pela sua visão do jbs.

    gostaria q vc nos desse uma análise desta para o marfrig, que tambem conseguiu abrir capital,

    aqui no norte de minas estamos com uma planta parada do independencia, e um dos dois devem pegar, pois temos a melhor pecuaria com tecnologia, capital do banco do nordeste.

    abraço

    paulo bina (TERE)

  19. Ruy Armelin disse:

    Caro Miguel

    Assino embaixo; precisas, honestas e objetivas sua descrição do JBS day (foi em ingles?empresa mundial agora fala só em dolar). Mas porque se preocupar tanto com eles e seus balanços? Eu pelo menos não seria nunca acionista nem teria interesse pelas análises tendenciosas deles.

    A relação frigoríficoxpecuarista não muda porque não há interesse pela premiação de boi por qualidade pela indústria. Mas é bom lembrar que o eucalipto e a cana continuam avançando por nossa região com as consequencias óbvias.

    Aguardamos suas palestras para nos atualizarmos.

    Abraços

  20. Ronaldo Vieira Delboni disse:

    Prezado Miguel:

    Muito lúcida sua análise do encontro da JBS. Tiro também minhas conclusões com relação ao, hoje, real interesse da JBS no "negócio" boi, dado sua agressiva diversificação.

    Acredito que o boi já não é (ou será) sua principal atividade. Vide investimentos na Eldorado Papel e Celulose, em Três Lagoas – MS, alem de outros.

    Ronaldo Delboni

    Aracruz – ES

    rdelboni@terra.com.br

  21. Guga Bianco disse:

    Caro Miguel,

    Uma coisa é certa, investidores gostam de gestores humildes, acertivos e que buscam no dia a dia foco no pagamento de empréstimos e crescimento sem endividamento. A nova meta é deixar de lado os exageros e sair com o portifólio debaixo do braço mostrando as propriedades nutritivas da carne vermelha. Isso sim gera curiosidade e impulso de consumo!

    Att.,

    Guga Bianco.

  22. Warlem disse:

    Miguel, gostei de sua análise sobre o JBS porque tive a oportunidade de ver os motobois vagando em nossa região querendo trabalhar na compra de gado p JBS sem conhecimento prático e isto me deichou um pouco preocupado com o futuro do JBS com relação a quantidade e qualidade da carne , pois os pequenos produtores não conseguem em grande quantidade gado para abate, entende por isso fiquei animado depois que comprrenderam que precisam de pessoas com experiência para adiquerir quantidade e qualidade, assim eu penso (TENHA UM FELIZ ANO NOVO) parabéns pela sua dedicação e divulgação do mercado da carne bovina. ,