As exportações argentinas de carne bovina in natura, após caírem significativamente no primeiro semestre em 2006, voltaram a crescer em junho e, em julho, o volume foi quase equivalente ao exportado em fevereiro de 2006. A queda nas exportações foi decorrente de uma medida imposta pelo governo argentino que, com objetivo de aumentar a oferta de carne no mercado interno, criou severas restrições às exportações de carne bovina em 2006.
As exportações argentinas de carne bovina in natura, após caírem significativamente no primeiro semestre em 2006, voltaram a crescer em junho. Em julho, o volume foi quase equivalente ao exportado em fevereiro de 2006. A queda nas exportações foi decorrente de uma medida imposta pelo governo argentino que, com objetivo de aumentar a oferta de carne no mercado interno, criou severas restrições às exportações de carne bovina em 2006.
No fim do ano passado, preocupado com a elevação dos índices de inflação na Argentina, o governo Kirchner aumentou o imposto de exportação de carne bovina de 5% para 15%, com objetivo de direcionar a oferta de carne para o mercado interno. Ainda em dezembro de 2005, a tarifa foi elevada novamente, para 25%. Insatisfeito com o resultado do controle regulatório, no início de março, o presidente argentino Néstor Kirchner anunciou a proibição das exportações de carne bovina por 6 meses. O ministério da Economia considerava que as exportações de carne bovina, que cresceram 34,10% em volume e 41,54% em receita em 2005, foram responsáveis pela elevação da inflação interna.
A proibição excluiu as exportações dentro da cota Hilton, cortes de qualidade elevada que são exportados à UE sob tarifa menor (20% ad valorem – incide sobre valor + frete), e que mesmo assim teve momentos de queda em 2006. As vendas acordadas antes da medida também mantiveram a permissão. No início de junho, o governo flexibilizou a medida e permitiu o embarque do equivalente a 40% do volume exportado no mesmo período em 2005.
Não incluídas as exportações dentro da cota Hilton, de janeiro a julho de 2006 as exportações argentinas foram de 123.603 toneladas por US$ 339,301 milhões, queda de 46,10% em volume e 34,82% em receitas, comparado a igual período em 2005. O preço médio das exportações argentinas de carne in natura foi de US$ 2.745, 20,93% acima de 2005.
Analisando as exportações mensais, julho teve um desempenho melhor em relação aos 2 meses anteriores. Em maio deste ano, as exportações ficaram somente em 1.111 toneladas, 3,28% da média exportada por mês em 2005. Em julho de 2006 se recuperaram 110,90% em volume em relação a junho e, em receita, 93,26%. O total exportado em julho foi de 19.831 toneladas, por US$ 65,548 milhões. Comparado ao mesmo mês em 2005, a queda foi de 52,87% em volume e 33,87% em receita.
Gráfico 1. Evolução das exportações de carne bovina in natura da Argentina
Gráfico 2. Evolução dos preços médios da carne bovina in natura exportada pela Argentina
O mercado russo absorveu 63,21% do volume e 47,57% da receita exportados em julho de 2006.
Gráfico 3. Evolução das exportações de carne bovina in natura da Argentina para a Rússia
A cota Hilton é distribuída entre os países exportadores de carne bovina e pode entrar na UE sob tarifa de importação de 20% de acordo com o MDIC. A cota total é de 56 mil toneladas anuais e a Argentina tem direito a 28 mil. De acordo com o MDIC, a importação fora desta cota (tarifa cheia) paga o equivalente a 114,52% em tarifa ad valorem.
Dentro da cota Hilton, de janeiro a julho de 2006 as exportações argentinas de carne bovina somaram 15.147 toneladas, com receita cambial de US$ 136.517 milhões. Neste período, as exportações na cota Hilton foram 9,47% maiores, e a receita cresceu 29,19%. O preço médio no período acumulado das exportações na cota Hilton foi de US$ 9.013/tonelada. As exportações na cota Hilton responderam por 18,15% do volume e 34,46% da receita do total exportado no período.
Somente em julho, as exportações à UE na cota Hilton foram de 1.859 toneladas, por US$ 20,519 milhões, crescimento de 38,32% em volume e 86,13% em receita em relação a julho de 2005. O preço médio em julho de 2005 foi de US$ 11.038/tonelada, 34,57% acima do preço médio de julho/05.
Gráfico 4. Exportações de carne bovina da Argentina na cota Hilton