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30 de agosto de 2006BM&F: boi para setembro fecha em R$ 58,11/@
1 de setembro de 2006Análise do mercado do boi – 31/08/06
O boi gordo quebrou a inércia e retomou a valorização dos indicadores nessa semana. O indicador Esalq/BM&F, cotado a R$ 56,48/@ saiu de um período de estabilidade e se valorizou 1,46% em uma semana. Em relação a um mês, a valorização é de 2,37%, e já acumula 15,08% desde 10 de julho, quando os preços do boi começaram a subir de forma significativa. O bezerro se valoriza lentamente, com o indicador Esalq/BM&F cotado a R$ 366,42/cabeça, alta de 0,12% na semana. A relação de troca aumentou para 2,54 bezerros/boi gordo de acordo com as últimas cotações.
Gráfico 1. Evolução do indicador Esalq/BM&F
O dólar comercial está cotado a R$ 2,1322 na compra, 0,46% acima de uma semana. Em dólares, o indicador Esalq/BM&F vale US$ 26,49/@, novamente o maior valor no ano, e se aproximando dos US$ 26,96/@, pico atingido no ano passado. Veja no gráfico abaixo a série histórica desde 2004 da arroba em dólares.
Gráfico 2. Evolução do indicador Esalq/BM&F em dólares
O mercado futuro apresentou uma situação curiosa no contrato para agosto/06. Este vencimento, que se encerra hoje pela média dos últimos 5 fechamentos do Esalq/BM&F (em R$ 56,04/@ até ontem), está ajustado a R$ 56,30/@, 26 centavos acima da média do Esalq/BM&F. Para que este mercado se equilibre, é necessário haver ou uma valorização significativa do Esalq/BM&F até o vencimento, ou uma desvalorização no contrato futuro para que se equilibre com o spot.
Na última sessão, o número de contratos em aberto para agosto/06 aumentou em 1.290 posições, para o total de 4.367 contratos em aberto. Em relação ao tipo de participante, a pessoa jurídica financeira aumentou de 3.341 para 5.207 na compra (geral, para todos os contratos no boi).
O contrato para outubro está cotado a R$ 60,43/@, 3,51% valorizado na semana, puxado pelo mercado físico, que está firme. Já em dólares, está ajustado pelo equivalente a US$ 28,07/@. O gráfico 1 mostrou que este é um patamar interessante para ser travar o preço na BM&F.
No mercado balcão, o iFNP apontou alta em 10 das 24 praças. No MT, Cuiabá está cotado a R$ 54,00/@ a prazo, alta de 3,85% na semana. Barra do Garças e Cáceres, ambas cotadas a R$ 53,00/@, estão 1,92% valorizadas na semana. O mercado no MT se apresenta firme, com a redução de oferta do boi de pasto e por ser um estado com pouca oferta de confinamento.
No GO, as duas praças cotadas pelo iFNP, região sul e Goiânia, estão a R$ 55,00/@, alta de 1,85% na semana. Neste estado, existe uma oferta maior de boi confinado. De acordo com a Pesquisa Top BeefPoint de Confinamentos 2005, GO concentrou 46,05% dos animais confinados em 2005 pelos 50 maiores confinamentos. No noroeste paulista, o boi vale R$ 58,00/@, alta de 1,75% na semana.
Gráfico 3. Evolução das cotações em SP, GO e MT
Fonte: iFNP, Esalq/BM&F, Bacen, Intercarnes, elaboração BeefPoint
No mercado da carne bovina no atacado, a configuração permanece inalterada: um volume de ofertas inexpressivo mantém o mercado firme. Entretanto, novas altas são limitadas pelo baixo consumo. O traseiro está estável em R$ 4,20 e o dianteiro de R$ 2,60 a R$ 2,70, na venda casada (1×1); a PA também estável a R$ 2,20.
O equivalente físico do boi no atacado vale R$ 50,33/@, e está R$ 6,16 abaixo do Esalq/BM&F; no geral, essa diferença oscilou entre R$ 4,50 e 5,50 entre meados de julho e agora. Seria importante o equivalente subir para dar sustentação à valorização do boi, expectativa que sempre é mais intensa no início do mês.
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Acho interessante a análise sobre o mercado do boi, pois estimula o pecuarista a olhar além de sua porteira, dando a noção das variáveis que existem na formação dos preços pecuários.
Entretanto acho prudente citar que os referenciais dos preços pecuários dolarizados podem ter se alterado em função da crescente demanda internacional por carne vermelha, da inflação americana, que em análises de longo prazo deve ser levada em conta. Prova disto é o Uruguai que trabalha há meses com US$30/@, segundo dados do iFNP.
Outro comparativo interessante é transformarmos o salário mínimo atual em dólares, dando uma noção “dolarizada” do poder de compra do consumidor nacional, já que 75% da produção é destinada ao consumo interno.
Faço estas colocações, pois tenho receio das cotações em dólar, em comparativos de históricos de preços, quando tomadas de forma isolada do cenário global. Resumindo, olhar mercado interno, com boi dolarizado, sem dolarizar também o poder de compra, pode induzir a erro de avaliação. Me permito estas colocações, pois o natural das pessoas é serem simplistas, saliento que poucos tem a sua capacidade inerente ao analista, de perceber de forma automática o todo envolvido.
Julio Tatsch – Agropecuarista no RS.
Fico satisfeito que os comentários são estimulantes para o pecuarista cada dia se conscientizar que ele tem uma mercadoria de alta valor alimentar, e tem que começar a dominar mais a parte de comercialização dessa mercadoria. O BeefPoint esta dando essa oportunidade para essa classe que está pagando caro, esses valériodutos da vida brasileira.
Parabéns à essa equipe.