As programações de abate permanecem longas em boa parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com destaque para São Paulo, Triângulo Mineiro, Mato Grosso do Sul e Goiânia (GO).
Os animais de “macega” – pasto diferido, sal proteinado e semiconfinamento – ainda estão saindo, juntamente com o boi de confinamento. Tem muito boitel e usina de cana soltando os animais de cocho.
As programações de abate nas regiões citadas atendem, em média, 8 dias, sendo que alguns frigoríficos alegam já estar acertando as matanças do final do mês. Muitos, que se dizem cheios de boi, estão “tirando o pé”. Compram um pouco e depois saem do mercado.
As ofertas de animais terminados ainda se mostram mais ajustadas no Norte do país, justamente pela ausência, ou baixa incidência, de animais confinados e semiconfinados. Negócios acima do preço referência vêm sendo registrados no Pará, Rondônia e Tocantins, principalmente para animais rastreados. É o SISBOV chegando às regiões de fronteira.
Para baixo, pode-se dizer que falta boi somente no Paraná, onde a cotação da arroba já recuou R$2,00 em 30 dias, e no Rio de Janeiro. Neste último, os compradores vinham trabalhando com o volume de abates diários reduzido ao máximo, mas ainda assim não conseguiam formar escalas nem de 2 dias. Assim, optaram pelo reajuste, ainda mais que os preços no atacado sinalizam uma melhora.
O ano não tem sido bom para o produtor. Em São Paulo, por exemplo, a cotação média do boi gordo rastreado saiu de R$60,83/@ em janeiro para R$62,66/@ em agosto, alta nominal de apenas 3%. Isso no pagamento a prazo, para descontar o Funrural. Em relação a agosto do ano passado, quando o preço médio ficou em R$58,67/@, verifica-se uma valorização nominal de 7%. Em valores reais, deflacionados pelo IGP-DI, houve retração de 3% (gráfico).
No atacado foram registradas correções positivas para o traseiro, dianteiro e ponta de agulha. Os agentes do setor informam que as vendas ainda não aqueceram, mas o mercado está mais enxuto. Além do bom desempenho das exportações, a retração das ofertas de carne é um sinal de que as escalas longas apregoadas pelos frigoríficos podem estar falhadas, ou que pelo menos houve uma significativa redução do volume de abates diários.
De toda forma, independente do comportamento das escalas, com o atacado voltando a trabalhar em alta as pressões baixistas sobre o boi gordo tendem a diminuir.