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Análise semanal – 01/09/2005

Mercado relativamente firme para o boi gordo no Norte do país, onde praticamente não se encontram confinamentos e semiconfinamentos, mas ainda frouxo no Centro-Sul.

Apesar da tendência de redução do volume de animais confinados e semiconfinados, há uma concentração de oferta agora, uma vez que a maioria dos lotes foi fechada em maio/junho.

A cotação média do boi gordo paulista fechou agosto em R$51,95/@, a prazo, para descontar o funrural. É a mais baixa dos últimos 35 anos, com base em valores corrigidos pelo IGP-DI.

Mas assim como aconteceu com julho, o reinado de agosto pode ser curto. Isso porque alguns frigoríficos de São Paulo já abriram ordens de compra em R$50,00/@, a prazo, para descontar o imposto. O preço referência está em R$50,50/@, nas mesmas condições.

É bem possível que setembro passe a ostentar o título de mês do preço mais baixo das últimas décadas.

Como já foi abordado nessa coluna, em função da retração de oferta e de um provável aumento no consumo de carne bovina – graças ao pagamento do 13o salário, restituição do IR, etc. – é de se esperar que o mercado firme no final do ano.

Mas o dólar baixo deve limitar a recuperação da arroba. Além do mais, para o boi gordo chegar a um patamar minimamente razoável, talvez R$62,00/@, há um espaço muito grande para ser percorrido, em pouco tempo. Metade do período de entressafra já foi.

Fugindo um pouco da pauta, falemos de reposição.

Para quem tem capital disponível, ainda é um bom momento para comprar gado magro, pois os preços permanecem baixos. Mas quem depende da troca, ou seja, precisa vender o gado gordo para adquirir a reposição, sente que o poder de compra já não é o mesmo de 2004. O boi gordo caiu demais.

Para se ter uma idéia, desde agosto de 2004, em São Paulo, a relação de troca entre boi gordo e boi magro encolheu 14%. Para a troca com o garrote, o recuo foi de 16%, chegando a 19% para o bezerro. A perda do poder de compra do invernista para a aquisição da desmama caiu 13% nos últimos treze meses. Observe a figura abaixo.

Figura 1: Relação de troca: boi gordo x desmama (macho) anelorada em SP


Fonte: Scot Consultoria

No ano passado, dentre as atividades pecuárias, a recria-engorda com adoção crescente de tecnologia foi a que alcançou melhor resultado, com rentabilidade média próxima de 6,5% ao ano. Isso em função dos preços baixos do bezerro, que é, nesse caso, o maior componente do custo de produção.

O cálculo foi feito com base em índices técnicos e econômicos médios observados em fazendas analisadas pela Scot Consultoria ao longo dos últimos 10 anos.

A rentabilidade média da cria, por exemplo, não chegou a 1%.

Este ano, mediante os preços baixos registrados para todas as categorias (crise de preços) é de se esperar que haja retração dos resultados para todas as atividades: cria, recria, recria-engorda e ciclo completo.

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