A oferta de animais terminados segue retraída na maioria das praças pecuárias. Contudo, os compradores resistem fortemente à validação de novos reajustes.
Principalmente no Sul de Goiás e no Triângulo Mineiro, regiões onde a escassez de animais terminados se mostra mais evidente, os frigoríficos reduziram o volume de abates diários, chegando a falhar alguns dias de matança.
Além das vendas de carne no atacado ainda não terem reagido como esperado, o recuo do dólar, que praticamente estacionou abaixo de R$2,75, tem incomodado muito os frigoríficos, sobretudo os exportadores.
Diante desse cenário alguns compradores do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – onde as escalas de abate têm evoluído melhor, em função do aparecimento dos primeiros lotes de animais terminados em pastejo – optaram pela desvalorização da arroba. Contudo, os novos patamares propostos têm enfrentado forte resistência de venda por parte dos produtores.
Em São Paulo, a maioria dos negócios a prazo com boi gordo rastreado já corre em R$64,00/@, para descontar o Funrural ou R$63,00/@, livre do imposto. Em relação ao início de dezembro de 2003, quando os negócios estavam em R$61,00/@, houve uma valorização nominal de apenas de 5%. Em reais deflacionas pelo IGP-DI, houve recuo de 5%.
Contudo, em dólares, a cotação do boi gordo paulista partiu de US$20,85/@ em dezembro do ano passado para US$23,57/@ hoje, conforme pode ser observado na figura abaixo. É essa alta de 13% que tem levado os frigoríficos a abusarem do jogo de cintura, para segurarem as cotações da arroba.
Cotação do boi gordo paulista em US$
Um provável aquecimento das vendas internas de carne bovina, em função do pagamento do 13o salário e das festividades típicas do período, deve sustentar ainda novos reajustes para as cotações da arroba em algumas praças.
Em síntese, a tendência deste final de ano é de mercado firme, com possibilidade de alta. Mas, provavelmente, sem movimentos bruscos.