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Análise Semanal – 01/12/2004

A oferta de animais terminados segue retraída na maioria das praças pecuárias. Contudo, os compradores resistem fortemente à validação de novos reajustes.

Principalmente no Sul de Goiás e no Triângulo Mineiro, regiões onde a escassez de animais terminados se mostra mais evidente, os frigoríficos reduziram o volume de abates diários, chegando a falhar alguns dias de matança.

Além das vendas de carne no atacado ainda não terem reagido como esperado, o recuo do dólar, que praticamente estacionou abaixo de R$2,75, tem incomodado muito os frigoríficos, sobretudo os exportadores.

Diante desse cenário alguns compradores do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – onde as escalas de abate têm evoluído melhor, em função do aparecimento dos primeiros lotes de animais terminados em pastejo – optaram pela desvalorização da arroba. Contudo, os novos patamares propostos têm enfrentado forte resistência de venda por parte dos produtores.

Em São Paulo, a maioria dos negócios a prazo com boi gordo rastreado já corre em R$64,00/@, para descontar o Funrural ou R$63,00/@, livre do imposto. Em relação ao início de dezembro de 2003, quando os negócios estavam em R$61,00/@, houve uma valorização nominal de apenas de 5%. Em reais deflacionas pelo IGP-DI, houve recuo de 5%.

Contudo, em dólares, a cotação do boi gordo paulista partiu de US$20,85/@ em dezembro do ano passado para US$23,57/@ hoje, conforme pode ser observado na figura abaixo. É essa alta de 13% que tem levado os frigoríficos a abusarem do jogo de cintura, para segurarem as cotações da arroba.

Cotação do boi gordo paulista em US$


Avaliando apenas pelo lado da oferta, era para o mercado ter reagido mais. Tem pouco gado terminado disponível, mas os compradores trabalham da forma mais ajustada possível.

Um provável aquecimento das vendas internas de carne bovina, em função do pagamento do 13o salário e das festividades típicas do período, deve sustentar ainda novos reajustes para as cotações da arroba em algumas praças.

Em síntese, a tendência deste final de ano é de mercado firme, com possibilidade de alta. Mas, provavelmente, sem movimentos bruscos.

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