Análise semanal – 03/03/04

Passado o carnaval, os negócios voltaram a evoluir em ritmo normal. Como costuma-se dizer, o ano começa agora.

Observa-se hoje no mercado um certo equilíbrio entre oferta e demanda. As programações de abates atendem, em média, 6 dias, mantendo os preços estáveis.

O atacado chegou a trabalhar em alta ao longo da última semana (reação de 1,2% do equivalente físico), sustentada pelo tradicional aquecimento da demanda que geralmente se observa em início de mês. Ainda que o aumento do volume de vendas não tenha sido tão intenso, não havia muita mercadoria em estoque (reflexo do período de folia).

As ofertas de fêmeas seguem, em comparação à dos machos, elevadas, porém já se ajustaram um pouco em relação ao início do ano. Ainda assim, tem frigorífico que forma mais de 60% de suas escalas com vacas.

As chuvas deram uma trégua em algumas regiões. Porém, em outras, a situação ainda é crítica. O boi não chega, levando à redução do volume de abates diários e, às vezes, ao cancelamento de boa parte das matanças.

De maneira geral, para o curto prazo, mantém-se a tendência de preços estáveis. O equilíbrio entre oferta e demanda, e a regularidade do atacado vêm garantindo a sustentação dos preços do boi.

É interessante destacar o forte aumento da procura por animais rastreados, uma vez que, a partir do próximo dia 15, toda carne bovina exportada, seja qual for o destino, deverá portar certificado de origem.

Os compradores buscam pressionar o produtor a rastrear o gado, praticando deságio de R$2,00/@ na compra de animais não cadastrados no SISBOV. Em São Paulo, por exemplo, os melhores negócios obtidos com o boi “comum” (não rastreado) saem com frigoríficos de mercado interno, que ofertam R$57,00/@, a vista, livre de funrural.

Nota-se hoje um fato inédito. Em função do deságio, o boi não rastreado da região de Campo Grande (MS) é negociado a R$52,00/@, a prazo, para descontar o funrural, um dos mais baratos do Brasil, com praticamente a mesma cotação praticada na região de Paragominas (PA) e Norte do Tocantins, respectivamente R$51,00/@ e R$50,00/@, ambos a prazo, mas livre de imposto.