Mapa publica IN sobre trânsito de animais e produtos do MS e PR
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Análise semanal – 03/11/2005

O mercado do boi gordo voltou a trabalhar em ambiente firme. Apesar de pairarem ainda algumas incertezas com relação à febre aftosa – as suspeitas do Paraná ainda não foram esclarecidas, há denúncias de mais um foco no MS (que parecem não ser verídicas), etc. – duas constatações se mostraram suficientes para quebrar o ritmo das pressões baixistas.

Primeiro, está claro e evidente que, de maneira geral, há pouco gado disponível para abate. Tanto é que, mesmo no Mato Grosso do Sul, as cotações voltaram a reagir, como pode ser observado na tabela 1.

Tabela 1. Variações das cotações da arroba d boi gordo, a prazo, ao longo da última semana:


Se os preços estão reagindo é porque, mesmo com os embargos, os frigoríficos não têm encontrado matéria-prima em volume suficiente para o atendimento da demanda. Imagine só onde estaria a cotação da arroba agora, não fosse a “tsunami” aftosa.

Vale lembrar que nos 20 dias que antecederam as notícias do primeiro foco, a cotação do boi gordo na região de Dourados (MS) havia reagido 12,2%, e a tendência era de novos aumentos.

Além do mais, tudo leva a crer que realmente não há febre aftosa em São Paulo. Os animais suspeitos de terem contraído a doença foram rastreados, as propriedades isoladas, amostras foram coletadas e, por enquanto, todos os exames têm apontado a ausência do vírus.

São Paulo responde por cerca de 60% de toda carne bovina que o Brasil coloca no mercado externo, e sofre hoje alguns embargos por fazer fronteira com o Mato Grosso do Sul. No entanto, mediante o isolamento dos focos já confirmados, constatação da ausência da doença em propriedades paulistas e, quem sabe, também em propriedades paranaenses, o governo e os exportadores passam a contar com mais subsídios para negociar o arrefecimento de algumas restrições comercias.

Ter-se-ia assim um final de ano com oferta ajustada, consumo interno aquecido (em função do 13o, restituição do IR, etc.) e mercado externo não tão fechado. Cenário propício para novas valorizações da arroba. Quem sabe?

É verdade que em algumas regiões já começa a aparecer um pouco de boi de pasto. Foi o que levou alguns frigoríficos do Mato Grosso a ajustarem os preços. Entretanto, as chuvas têm se mostrado muito irregulares e, ao que tudo indica, não se deve esperar por uma oferta maciça de animais terminados em pastejo ainda este ano.

Por essa razão que a queda da barreira paulista para a entrada de animais do Mato Grosso do Sul não deve promover grandes alterações no mercado. É bem provável que, por hora, ocorra um enfraquecimento do movimento de alta. Entretanto não há gado em volume suficiente para pressionar o mercado.

0 Comments

  1. olivio augusto kenan disse:

    Além do que, o mercado internacional está pressionado pela falta de carne, e quem não quiser comprar boi brasilieiro a 60 reais por @, que compre a australiana e/ou americana pelo dobro do preço.

  2. andre pio de faria jr. disse:

    O comentário está de acordo com o mercado mesmo. A pergunta que fica é: quanto de gado de pasto vai entrar no mercado neste final de ano? Espero que pelo menos regularize o mercado…