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Análise Semanal – 03/12/03

Ao longo da última semana foram registrados novos recuos em boa parte das principais praças pecuárias do país, ainda que os negócios não evoluíssem bem.

Em algumas regiões, aliás os negócios literalmente travaram. No Sul de Goiás, por exemplo, os abates foram reduzidos, com falhas, e as programações de abate atendem, em média, 3 dias.

Em Minas Gerais, Paraná, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina os compradores também trabalham bem ajustados, na média com 4 dias de escala.

Mesmo em São Paulo e Mato Grosso do Sul, onde as escalas estão mais folgadas (1 semana), já não avançam mais. As compras correm mesmo no pingado.

Ainda assim, os frigoríficos sul mato-grossenses já apregoam R$57,00/@, a prazo, para descontar o Funrural pelo boi gordo do Estado. Caso a nova cotação se firme, representaria um retração de R$5,00/@, ou -8%, em pouco mais de vinte dias.

Fica cada vez mais evidente que, até então, a intenção era mesmo não comprar. A explicação seria a frouxidão dos mercados de carne e demais derivados do boi, como o couro. Com relação à carne, a Scot Consultoria registrou uma retração média de 3%, ao longo dos últimos 15 dias, para os principais cortes negociados no atacado paulista.


É verdade que o fraco poder aquisitivo da população inibe o consumo, tirando a sustentação dos preços. Contudo, segundo denúncia da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os grandes frigoríficos (exportadores) teriam colocado, propositadamente, carne mais barata no mercado interno, contribuindo para os recuos. A intenção seria impedir a valorização do boi gordo.

Além do produtor, os frigoríficos de mercado interno também se prejudicam com esse tipo de ação, lembrando que hoje a defasagem do equivalente físico para a cotação da arroba do boi gordo paulista é superior a 13%.

De qualquer forma, a oferta de animais terminados diminuiu bem, reduzindo a disponibilidade de carne no mercado. Com o ligeiro aquecimento das vendas, em função do pagamento dos 13o salário, o atacado voltou a trabalhar em alta.

Se a demanda por carne aumenta, também aumenta a procura pelo boi. Como as pastagens já se recuperaram em boa parte do território nacional, o produtor pode reter os animais em engorda, pressionando o mercado a reagir. Essa, aliás, é a estratégia que vem sendo sugerida pela CNA.

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