O mercado do boi reagiu na última semana. O indicador Esalq/BMF subiu 1,5% nos últimos 7 dias. Em dólares a valorização da arroba foi de 5,3%, com a queda de 3,6% na cotação do dólar comercial.
No atacado, a carne bovina teve uma semana de valorização, com o equivalente físico subindo 4,8%, com o início do mês e pagamento dos salários. O dianteiro se valorizou 9% em uma semana. No entanto, o preço da carne bovina para o consumidor final, cotada pelo Dieese no estado de São Paulo, ainda está mais alto que a arroba do boi, ao se analisar os preços dos últimos 15 meses. A arroba do boi gordo terminou o mês de março/2006 valendo menos 17%, em relação aos preços de janeiro de 2005. Já a carne bovina para o consumidor de São Paulo, caiu apenas 5% (gráfico 1).
Gráfico 1. Preços relativos do boi gordo e da carne bovina (janeiro 2005 = 100%)
No mercado internacional, o balanço de março surpreendeu, com aumento das exportações. No mês passado, o Brasil exportou 94 mil toneladas de carne bovina in natura, por um valor de 215 milhões de dólares. Um aumento de 40% em valor, em relação a fevereiro/2006.
As exportações de frango tiveram um resultado positivo em março, com aumento de 12% em volume e 6% em receita cambial. Com o reajuste da produção nacional, é provável que o impacto negativo no mercado interno seja minimizado daqui em diante.
No mercado externo, produtores e frigoríficos argentinos lutam na justiça contra a suspensão das exportações. É possível que a medida seja revista. No entanto, a credibilidade argentina foi comprometida. Mesmo que as exportações sejam retomadas, esse episódio é uma oportunidade para o Brasil ofertar produtos de maior qualidade a compradores que antes privilegiavam a carne argentina.
O mercado futuro do boi gordo teve uma semana de relativa estabilidade. Alguns analistas acreditam que até o final de maio teremos uma oferta elevada de bois terminados. Por outro lado as perspectivas para a entre-safra são positivas devido ao custo de insumos para ração e preço dos animais de reposição.
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Se o Rio Grande do Sul tivesse um rebanho padronizado e não esta mistura de praticamente todas as raças comerciais que existem tendo como produto final uma variável de carcaça difícil de comercializar, o centro do país não estaria preocupado com o problema do cancelamento das exportações Argentinas.