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Análise Semanal – 06/04/2005

Poucas alterações foram registradas para o boi gordo ao longo da última semana. O mercado está equilibrado. As vendas de carne, mesmo com a proximidade do pagamento dos salários, não reagiram a contento. Porém, também não está sobrando carne no mercado.

Em algumas regiões, principalmente onde voltou a chover há semanas, as ofertas de animais terminados diminuíram. Boa parte dos produtores de São Paulo, Triângulo Mineiro e Sul de Goiás retêm os animais em engorda. Mercado firme.

Em São Paulo os grandes compradores sustentam escalas de 7 a 10 dias, buscando gado foram do Estado, principalmente no Mato Grosso do Sul. Já os frigoríficos que atuam somente dentro do Estado, trabalham ajustados, com escalas de, no máximo, 4 dias.

O Mato Grosso do Sul é um capítulo à parte. Os preços estão despencando. No fechamento desta coluna, na região de Dourados, os frigoríficos forçavam um novo recuo de R$1,00/@, levando o boi rastreado a R$52,00/@, a prazo, para descontar o Funrural. A seca que castiga boa parte do Estado está antecipando a “desova” de gado este ano.

A defasagem do preço do boi gordo de Dourados (MS) para São Paulo chegou a R$6,00/@, ou 10,3%. É praticamente a maior diferença dos últimos 4 anos. Em 14 de fevereiro de 2001 a defasagem chegou a 12,50%, uma das mais altas da história. De lá pra cá, não havia mais ultrapassado os 10% (gráfico).


Na média do ano passado a defasagem entre as duas praças ficou em 3,1%. Em abril a relação foi a mesma. Portanto, comparando a média de abril de 2004 com a defasagem que se observa hoje, tem-se um aumento de 232,3%.

Os frigoríficos paulistas e sul mato-grossenses aproveitam o momento. Compram o que dá, a preços baixos, pois sabem que o gado que está sobrando hoje pode acabar amanhã. É o efeito seca, num primeiro momento, em função da redução da capacidade de suporte das pastagens, a oferta aumenta. Porém, mais tarde, graças à antecipação das matanças, quase sempre falta gado.

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