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Análise semanal – 06/07/2005

As cotações do boi gordo voltaram a recuar em várias praças. Aliás, o mercado vem em baixa desde dezembro de 2004. Veja na tabela 1 as variações registradas ao longo da última semana.

Tabela 1. Variações das cotações da arroba, a prazo, ao longo da última semana


* preços livres de funrural
** R$/kg
Fonte: Scot Consultoria

No fechamento de junho as cotações do boi gordo, na média de 25 praças pesquisadas pela Scot Consultoria, recuaram 1,3%. As maiores retrações foram registradas nas regiões de Pelotas (RS) e Marabá (PA): 4,5% cada.

Em São Paulo o boi gordo caiu 0,9% na região de Barretos e 1,8% na de Araçatuba. Os preços permaneceram estáveis em 10 praças. Não foram registradas correções positivas.

Já a cotação da vaca gorda recuou, em média, 0,8%. As maiores retrações foram registradas em Pelotas (RS) e Redenção (PA): 6,5% e 5,1% respectivamente. Em São Paulo os preços não se alteraram.

Foram registradas correções positivas para a vaca gorda no Triângulo Mineiro (2,2%), Sul da Bahia (2,9%), Santa Catarina (2,2%), Tocantins (2,5% no Sul e 2,6% no Norte) e no Rio de Janeiro (2,4%).

Além da oferta mais ajustada, os frigoríficos que abastecem exclusivamente o mercado interno têm dado preferência à aquisição de fêmeas, o que sustentou ou promoveu a recuperação dos preços em algumas regiões.

No atacado paulista, o equivalente físico caiu 0,7%. A cotação do traseiro recuou 3,6%, porém as do dianteiro avulso e da ponta de agulha reagiram 3,6% e 9,1% respectivamente.

Em síntese, mercado frouxo. Mais para o boi, menos para a carne e para a vaca gorda.

E as expectativas para médio prazo são pouco otimistas. A oferta de animais terminados permanece relativamente elevada, principalmente no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O gado desses Estados tem abastecido São Paulo. E se os preços não reagem em São Paulo, dificilmente reagirão em outro lugar.

As programações de abate dos grandes frigoríficos paulistas têm se estendido, em alguns casos, para mais de 10 dias. Portanto, a tendência é que o mercado atravesse julho de lado. Assim, a expectativa de recuperação das cotações da arroba fica para agosto.

Mediante um cenário de mercado realmente firme apenas a partir de agosto, contando com a hipótese de voltar a chover normalmente entre setembro/outubro, o boi seria agraciado com apenas 3 ou 3,5 meses de possibilidade de alta.

Nesse espaço de tempo, qual seria o exato poder de reação da arroba? Não sei, mas pode-se dizer que o dólar baixo e o confinamento em alta exercem forte influência negativa sobre ele.

Com base nesse raciocínio, os contratos futuros na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) estão despencando. No fechamento desta coluna as apostas para outubro deste ano orbitavam ao redor de R$57,73/@ à vista, o que equivale a cerca de R$59,00/@, a prazo.

Tal cotação seria a mais baixa já registrada para o período. No mercado físico, com base em valores corrigidos pelo IGP-DI, o outubro mais minguado da história foi o de 1996, com algo próximo de R$63,30/@. Veja que a expectativa desse ano está 7% abaixo do registrado há 9 anos.

Aliás, o atual preço da arroba em São Paulo já é o mais baixo da história. Até então, o “posto” era ocupado por junho de 1996, com R$54,58.

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