O mercado do boi gordo trabalha em ambiente bastante firme.
Há pouco gado disponível para abate, principalmente rastreado, levando a programações de abate que atendem em média 4 dias, com falhas e redução do volume diário de abates (às vezes em mais de 50%) na maioria dos casos.
Em contrapartida, a demanda pelo boi está aumentando. O mercado interno de carnes está enxuto, e já se nota um recuperação do consumo, em função da volta às aulas e da chegada do salário. Somente nas últimas 3 semanas o equivalente físico (48% traseiro + 39% dianteiro +13% ponta de agulha) acumulou alta de 10%.
Também é preciso atender aos contratos de exportação, e o mercado externo voltou a se mostrar bastante atraente com o câmbio superando a casa dos R$3,00 por US$1,00.
Só que, para exportar, é preciso conseguir animais rastreados. E quem tem segura, pressionado os compradores. A saída é pagar mais.
Em São Paulo as ordens de compra para o boi gordo rastreado são de R$57,00/@, a prazo, livre de funrural, com deságio de R$1,00 a R$2,00/@ para o gado não rastreado.
A adesão ao SISBOV continua crescendo em ritmo surpreendente. No começo do ano as estimativas apontavam que cerca de 1,5 milhão de cabeças estavam cadastradas no SISBOV. Hoje, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento acredita em 7,2 milhões, um aumento de 380%.
Ainda assim, é preciso considerar que estamos na entressafra. A maior parte desses animais provavelmente ainda não está disponível para abate. Muitos estão em confinamento e semiconfinamento, e só devem chegar ao mercado mais tarde.
A dificuldade de compra tende a permanecer elevada, mantendo o mercado firme e sujeito a novas valorizações.