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Análise semanal – 08/02/2006

O mercado do boi gordo voltou a trabalhar em ambiente firme. Acompanhe as variações registradas ao longo da última semana na tabela 1.

Tabela 1. Variações registradas para o boi gordo (base R$/@) na última semana.


Houve redução na oferta de animais terminados. A expectativa de aquecimento do mercado mediante pagamento de salários e volta às aulas, além da possibilidade de arrefecimento de alguns embargos internacionais, fizeram com que os produtores passassem a vender de forma mais compassada. O bom estado das pastagens ajudou.

Como os frigoríficos já vinham trabalhando com escalas relativamente curtas, 5 a 7 dias, principalmente quando se considera que é período de safra, o ajuste na disponibilidade de animais para abate obteve resultados rápidos.

As escalas encurtaram para 3 dias. O mercado atacadista enxugou, justamente num momento de melhoria das vendas. De imediato, as cotações da carne com osso reagiram. Entre 31 de janeiro e 8 de fevereiro foi registrado aumento, em reais, de 7,5% para o traseiro, 9,1% para o dianteiro e 5,9% para a ponta de agulha.

É preciso considerar que até mesmo as exportações retomaram o fôlego. Dados preliminares do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que, em janeiro, foram exportadas 105,17 mil toneladas equivalente carcaça de carne bovina in natura, com faturamento de US$180,70 milhões. Aumento de 23,36% em volume e 28,52% em receita em relação ao mesmo período do ano passado.

Foi o melhor janeiro da história. Só não foi o melhor mês em função dos embargos ainda vigentes, mas eles estão fadados a cair.

Em síntese, o estímulo para a valorização da arroba teve origem na redução das ofertas e melhoria das vendas. Combinação perfeita.

No entanto, após os reajustes, já se observou um ligeiro aumento de oferta. Nada que, ao menos por enquanto, ameace a sustentação dos preços. Mas, caso se mantenha essa tendência, o movimento de alta pode esfriar.

Aliás, é safra, e raramente nesse período ocorrem movimentos de alta consistentes. A não ser mediante situações raras, excepcionais, como graves problemas climáticos (que reflitam em redução de ofertas) ou “explosão” do dólar, por exemplo.

Será que a queda dos embargos, principalmente por parte de Rússia, Chile e União Européia, teria potencial para tanto?

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