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Análise Semanal – 09/03/2005

Preços estáveis para o boi gordo na maioria das praças pesquisadas. Mercado de lado. Algumas oscilações leves são registradas em determinadas regiões. Porém, refletem situações particulares de oferta e demanda. Não é nada que indique uma tendência.

Em São Paulo, por exemplo, as ordens de compra, para o boi gordo rastreado, oscilam entre R$58,00/@ e R$59,00/@, a prazo, para descontar o Funrural. Os maiores frigoríficos, buscando gado em outros Estados, respondem pelos valores mais baixos.

Os compradores, de maneira geral, não têm enfrentado problemas de abastecimento. A seca dificulta a retenção dos animais em engorda. As escalas estão avançando, mas a expectativa de melhoria das vendas de carne bovina (em função do pagamento de salários), a retomada gradual das exportações para a Rússia e a ligeira desvalorização do real tendem, ao menos no curto prazo, a sustentar as cotações da arroba.

O mercado se mostra frouxo para as fêmeas. Além do descarte de vacas velhas e da venda das fêmeas de engorda, o abate de matrizes permanece elevado. Isso porque os preços de bezerros insistem em não subir.

Apesar das relações de troca permanecerem em patamares razoáveis, ou seja, relativamente atrativos aos compradores, a seca e os resultados aquém do esperado que vêm sendo colhidos por recriadores e invernistas atrapalham o aquecimento da demanda por animais de reposição.

Em São Paulo, graças à oferta elevada, a defasagem da cotação da vaca gorda em relação ao boi gordo supera os 15%. Em dezembro do ano passado chegou a 9%, conforme pode ser observado na figura abaixo.


Tem muita vaca no mercado. Frigoríficos de mercado interno dão preferência a ela, já que o preço está competitivo e as vendas de carne não vão bem. No entanto, frigoríficos exportadores têm recusado, ou praticado deságios pesados na compra desse tipo de mercadoria.

0 Comments

  1. Bruno de Jesus Andrade disse:

    Minha indagação é a seguinte: há alguns anos atrás os frigoríficos utilizavam a desculpa do preço da arroba estar baixo, o fato da pecuária estar perdendo espaço para a soja, o que não é bem verdade, visto que a agricultura também avançou muito em áreas que não pertenciam a pecuária.

    Depois foi porque estava acontecendo muito abate de fêmeas e mais para frente muita ocorrência de confinamentos e o baixo consumo interno, até concordo com esse último.

    O último problema foi o preço do real perante o dólar, que nos últimos dias aumentou de R$ 2,6 para R$ 2,7.

    Minha pergunta é a seguinte: Porque tantos fatores podem interferir assim na venda de um produto, ou tudo isso pode ser contornável facilmente e ninguém se deu conta?

    Muito Obrigado.