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Análise Semanal – 10/12/03

O mercado do boi gordo passou a trabalhar em ambiente mais equilibrado.

As compras, com algumas exceções, não correm mais com facilidade. É verdade que boa parte dos compradores ainda consegue trabalhar com escalas relativamente longas, mas já não avançam mais. O boi chega “pingado”.

Paralelamente, o atacado voltou a trabalhar em ambiente firme, em função da redução da disponibilidade de carne e do aquecimento das vendas com o pagamento do 13o salário.

As exportações também evoluem bem, desmistificando o conceito de que final de ano é período ruim para os embarques de carne. Dados preliminares do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que, em novembro, os embarques brasileiros de carne in natura devem ter-se aproximado de 74,75 mil toneladas equivalente carcaça, com faturamento de quase US$127,00 milhões.

É o segundo melhor desempenho do ano, atrás apenas do registrado em outubro. Em relação ao mesmo período do ano passado, o volume exportado aumentou 37%, enquanto o faturamento cresceu 80%. Fruto da forte valorização de 43% registrada para a carne in natura no decorrer de 2003.

Sem dúvida, o ambiente é favorável à valorização do boi gordo. Entretanto, somente se observa esse movimento no Rio Grande do Sul, onde os preços estavam muito defasados e os compradores trabalham bem pressionados. Também no Sul de Goiás, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais, as compras correm em ritmo bastante lento e as escalas estão curtas, média de 3 dias. Ainda assim, os frigoríficos resistem aos reajustes.

Na verdade, as escalas excessivamente longas observadas em São Paulo (para os frigoríficos exportadores) e, principalmente, no Mato Grosso têm exercido forte influência sobre o comportamento do mercado.

Os grandes frigoríficos paulistas trabalham com folga às vezes superior a uma semana. Para isso, porém, buscam animais em outros estados e trabalham com negócios diferenciados para lotes grandes e de qualidade. O confinamento, que até então abastecia o mercado paulista, finalmente dá sinais de que está acabando.

Já no Mato Grosso, a oferta aumentou mesmo. As escalas se estendem para o final do ano, com boi de pasto. Em posição confortável, os compradores promoveram vários ajustes seguidos. A cotação média da arroba do boi gordo mato-grossense despencou R$ 5,00, ou 8%, em aproximadamente três semanas (gráfico).


Em síntese, as compras já não correm bem, ao passo que as vendas de carne melhoraram e as exportações mantêm o ritmo. Os frigoríficos, porém, ainda ostentam posições relativamente confortáveis, sinalizando preços estáveis para este final de ano.

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