Mercado frouxo. As cotações do boi gordo voltaram a recuar em várias praças, como pode ser observado na tabela 1.
Tabela 1. Variações das cotações do boi gordo, em R$, na última semana
Em São Paulo já tem frigorífico apregoando R$49,00/@, a prazo, para descontar o Funrural, pelo boi gordo rastreado. Nesse valor, pouco se compra, mas vem muito boi do Mato Grosso do Sul a R$47,00/@ ou R$48,00/@, nas mesmas condições.
Na média, o boi gordo paulista vale R$50,50/@, a prazo, para descontar o imposto. Para se ter uma idéia da miudeza desse valor, é o mesmo patamar registrado para o boi gordo paraense ao final de 2004. Em Rondônia, o preço médio do boi gordo, em outubro do mesmo ano, ficou em R$51,00/@, para as mesmas condições.
É preciso levar em consideração que, depois de Paraná e Mato Grosso do Sul, São Paulo foi o Estado mais acometido por embargos internacionais, o que tem feito com que a cotação da arroba paulista recue de forma mais significativa do que em outras regiões.
Inclusive as defasagens dos preços do boi gordo de várias praças, em relação a São Paulo, despencaram. Hoje tem boi mais caro que em São Paulo em Santa Catarina, no Triângulo Mineiro, no Sul de Goiás, no Sul da Bahia e no Mato Grosso.
E qual será o piso do boi? Difícil saber. Enquanto estiverem comprando com facilidade, e as vendas de carne não responderem a contento, os frigoríficos buscarão impor novos recuos. O arrefecimento das restrições comerciais para a carne bovina de São Paulo poderia minar as pressões baixistas, mas até agora não existe nada de concreto com relação à quebra de embargos.
É lógico que depois de uma intensa sequência de quedas, o mercado pode travar. O produtor diz “basta!”, e passa a reter o gado em engorda. Isso de vez em quando acontece e, particularmente, eu tinha um palpite de que tal comportamento se faria notar assim que os frigoríficos sinalizassem que a arroba poderia vir abaixo de R$50,00.
Por hora, como já foi colocado, quem apregoa R$49,00 compra muito pouco. Vamos ver se fica assim.