Após alguns reajustes, o mercado físico do boi gordo volta a andar de lado.
O frio intenso que atingiu a região central do país, sobretudo o Mato Grosso do Sul (onde chegou a gear), levou ao aumento da oferta de animais terminados, permitindo que as programações de abate se estendessem, em alguns casos, para mais de 1 semana.
O boi de pasto que falta em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás, ainda se faz presente no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Assim, os compradores paulistas têm trabalhado principalmente com mercadoria de fora. Dentro do Estado, somente um pouco de gado de confinamento, que já começa a aparecer.
Nas regiões de Barra do Garças e Rondonópolis, ambas no Mato Grosso, é possível conseguir, pelo boi rastreado, de R$55,00 a R$56,00/@, a prazo, livre de funrural, na negociação com frigoríficos paulistas, praticamente R$2,00/@ a mais do que ofertam os compradores locais.
Pelo boi do Mato Grosso do Sul os compradores paulistas também chegam a ofertar até R$1,00/@ a mais do que é praticado dentro do Estado. Assim, na região de Três lagoas (MS), por exemplo, os frigoríficos locais têm formado até 70% de suas escalas com vaca, mercadoria menos disputada.
E realmente a vaca tem proporcionado melhores resultados para a indústria. O Equivalente Scot (que considera além da carne, o couro e o sebo) para a vaca, com base no mercado de São Paulo, está hoje em R$53,72. Essa é praticamente a cotação da vaca gorda rastreada, a prazo, no Estado.
Já o Equivalente Scot para o boi está cotado em R$58,49. Sua defasagem em relação à cotação da arroba do boi gordo paulista está em 7,15%.
No acumulado do ano, janeiro a meados de agosto, o Equivalente Físico (que considera só a carne: 48% traseiro + 39% dianteiro + 13% ponta de agulha) recuou 4%. Foi um período ruim para as vendas de carne, principalmente o primeiro semestre.
Já o Equivalente Scot, ao longo do mesmo período, acumulou baixa de apenas 1%. Isso em função da significativa valorização do couro verde no decorrer deste ano, conforme pode ser observado na tabela abaixo.
Tabela 1.
Variação dos preços do couro verde entre janeiro e meados de agosto de 2004