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Análise Semanal – 13/04/2005

As cotações do boi gordo voltaram a recuar em algumas praças. Veja na tabela 1 as variações registradas ao longo da última semana.

Tabela 1. Variações das cotações do boi gordo, a prazo, nos últimos 7 dias


As pressões baixistas se intensificaram, por conta de 4 fatores principais:

1. A oferta de animais terminados permanece relativamente elevada, principalmente no Mato Grosso do Sul, que além de suprir a demanda dos compradores locais, ainda abastece São Paulo, praça balizadora de preços.

2. A demanda por carne bovina se mantém reprimida. Apesar dos preços no atacado não terem recuado, ao contrário do que aconteceu com o boi, também não subiram ao longo dos últimos dias, nem durante a primeira semana do mês, mediante o pagamento de salários. Mesmo diante da forte desvalorização da arroba, a defasagem do Equivalente Físico em relação à cotação do boi gordo paulista está em 13%. Valor considerado alto.

3. O dólar voltou a cair (5% em 30 dias), achatando a margem dos exportadores. Sim, os exportadores ainda têm margem, porém ela está diminuindo ano a ano, conforme exposto no artigo “Comparando preços: arroba x carne no mercado interno e externo“.

4. Por fim, além do dólar baixo, o preço da carne exportada está em queda. No primeiro bimestre deste ano a cotação da tonelada equivalente carcaça, considerando carne in natura e industrializada, ficou em US$1.316,00, contra US$$1.330,89 no mesmo período do ano. Retração “pequena”, de 1%, mas não deixa de ser uma retração.

Como se não bastasse tudo isso, recente matéria publicada no jornal Valor Econômico aponta que a Previdência Social vai apertar o cerco sobre os frigoríficos, buscando a quitação de débitos que chegam a R$2,88 bilhões.

Estima-se que o segmento repassa apenas 10% do que recolhe para a Contribuição para Seguridade Social, o chamado Funrural, que é um desconto de 2,3% sobre a comercialização de produtos agrícolas. Os frigoríficos descontam esse valor do produtor na compra do boi ou da vaca gorda, mas, pelo visto, não têm repassado ao governo.

Se a fiscalização e a cobrança sobre os frigoríficos aumentarem, é quase certo que vai sobrar para os fornecedores de matéria-prima. No caso, os produtores.

A sustentação das cotações da arroba, ao menos no curto/médio prazo, depende de um ajuste de oferta. No entanto, é safra. Além do mais, a seca, que castiga principalmente o Sul e boa parte do Mato Grosso do Sul, praticamente inviabiliza a retenção dos animais em engorda.

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