Pressões baixistas continuam
Além da oferta relativamente elevada de animais terminados, as vendas no atacado recuaram, alimentando ainda mais as pressões baixistas em torno da cotação da arroba do boi gordo.
Em São Paulo o boi rastreado passou a ser negociado em R$61,00/@, a prazo, para descontar o funrural, havendo frigorífico que já fala em R$60,00/@, nas mesmas condições. Vale lembrar que há 3 semanas o preço referência estava em R$63,00/@. Houve, portanto, um recuo de mais de 3% no período.
Tem realmente muito boi de confinamento, semiconfinamento e pastagem diferida (com sal proteinado) no mercado. Além do mais alguns frigoríficos reduziram os abates diários, enquanto outros estão abatendo também produção própria. As programações de abate atendem, em média à 7 dias, sendo que em São Paulo e Triângulo Mineiro já tem frigorífico fechando as matanças da primeira semana de outubro.
Agora, é preciso destacar que, enquanto a cotação do boi gordo caiu, o preço da carne no atacado (equivalente físico) reagiu 4%, saindo de R$50,33/@ para R$52,41/@. Apesar da morosidade atual das vendas, inclusive sinalizando ajustes (comportamento típico de segunda quinzena de mês), o produtor já foi penalizado. Lembrando que, no âmbito externo (exportações) – conforme abordado da análise da semana passada – os negócios seguem a todo vapor.
O mercado está firme para as fêmeas, que têm proporcionado uma margem melhor aos frigoríficos. Em São Paulo, por exemplo, a defasagem da cotação da vaca gorda em relação ao boi gordo, que chegou a picos de 18% em maio, retornou para 13% (gráfico).