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Análise semanal – 15/09/2005

Finalmente o fundo do poço. Parece que o mercado encontrou seu limite.

Quem forçou, pelo boi gordo paulista, R$49,00/@, a prazo, para descontar o Funrural, não comprou muita coisa, e foi obrigado a voltar aos R$50,00/@. Aliás, alguns frigoríficos de mercado interno já encontram sérias dificuldades para alongar as escalas, o que tem dado origem a ofertas de compra acima do preço referência.

É verdade que os grandes frigoríficos ainda ostentam programações de abate longas, que atendem entre 10 e 15 dias. Mas os negócios já não correm com tanta facilidade.

Pode-se dizer que somente no extremo Sul do país (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), graças à chegada dos animais terminados em pastagens de inverno, o mercado segue ofertado e relativamente frouxo.

Nas demais regiões, com raras exceções, mercado firme. E quanto mais ao Norte, mais firme.

O dólar baixo é agora o principal entrave à valorização da arroba. Porém é possível que, ao menos a partir de outubro, passem a ser registradas correções positivas.

Além do ajuste de oferta, em função, principalmente, da redução do número de cabeças confinadas, outros fatores atuam em favor dos reajustes. Entre eles, destacam-se:

1 – Os preços em dólares, apesar do câmbio baixo, retornaram aos patamares do mesmo período do ano passado. Isso porque, em reais, o boi despencou demais. Os preços altos em dólares eram a principal pedra no sapato dos exportadores.

2 – A defasagem da cotação da vaca gorda em relação ao boi gordo recuou demais, como pode ser observado na figura 1. Nesse ponto já não começa a ser muito interessante, para os frigoríficos, trabalhar com fêmeas, uma vez que o rendimento do boi é significativamente melhor. Assim, a demanda pelo boi gordo deve aumentar.

Figura 1: Cotações do boi e da vaca gorda em SP em 2005 – R$/@


3 – Mais para o final do ano deve ocorrer um aquecimento das vendas de carne, graças ao pagamento da primeira parcela do 13o salário, restituição do IR, etc. Vale destacar que os preços da carne bovina estão, até certo ponto, competitivos. O que nada mais é que um reflexo da desvalorização da arroba.

De toda forma, analisando o cenário atual, é difícil crer numa “explosão” de preços. É mais seguro apostar numa recuperação comedida.

Vale ressaltar que já está chovendo bem em várias praças pecuárias importantes. O que dificulta a retenção dos animais em confinamento, além de praticamente descatar a hipótese de atraso da chegada dos primeiros animais de pasto da próxima safra.

0 Comments

  1. Amauri Raineri disse:

    Gostaria apenas de ressaltar que os frigoríficos do norte do Mato Grosso (Alta Floresta) estão ligando para os pecuaristas atrás de boi gordo, pois perceberam que a oferta está cada vez menor.

    Creio eu que agora é a vez do pecuarista novamente esperar para ver.

  2. JONY HARLEY disse:

    Será que o pecuarista que tem bois em confinamentos reterá mais os seus animais?

    Será que em praças como Pará (R$ 40,00/@ 30d) o produtor conseguirá manter-se no setor?

    O que o produtor deverá fazer para vencer esta fase?