Finalmente o fundo do poço. Parece que o mercado encontrou seu limite.
Quem forçou, pelo boi gordo paulista, R$49,00/@, a prazo, para descontar o Funrural, não comprou muita coisa, e foi obrigado a voltar aos R$50,00/@. Aliás, alguns frigoríficos de mercado interno já encontram sérias dificuldades para alongar as escalas, o que tem dado origem a ofertas de compra acima do preço referência.
É verdade que os grandes frigoríficos ainda ostentam programações de abate longas, que atendem entre 10 e 15 dias. Mas os negócios já não correm com tanta facilidade.
Pode-se dizer que somente no extremo Sul do país (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), graças à chegada dos animais terminados em pastagens de inverno, o mercado segue ofertado e relativamente frouxo.
Nas demais regiões, com raras exceções, mercado firme. E quanto mais ao Norte, mais firme.
O dólar baixo é agora o principal entrave à valorização da arroba. Porém é possível que, ao menos a partir de outubro, passem a ser registradas correções positivas.
Além do ajuste de oferta, em função, principalmente, da redução do número de cabeças confinadas, outros fatores atuam em favor dos reajustes. Entre eles, destacam-se:
1 – Os preços em dólares, apesar do câmbio baixo, retornaram aos patamares do mesmo período do ano passado. Isso porque, em reais, o boi despencou demais. Os preços altos em dólares eram a principal pedra no sapato dos exportadores.
2 – A defasagem da cotação da vaca gorda em relação ao boi gordo recuou demais, como pode ser observado na figura 1. Nesse ponto já não começa a ser muito interessante, para os frigoríficos, trabalhar com fêmeas, uma vez que o rendimento do boi é significativamente melhor. Assim, a demanda pelo boi gordo deve aumentar.
Figura 1: Cotações do boi e da vaca gorda em SP em 2005 – R$/@
De toda forma, analisando o cenário atual, é difícil crer numa “explosão” de preços. É mais seguro apostar numa recuperação comedida.
Vale ressaltar que já está chovendo bem em várias praças pecuárias importantes. O que dificulta a retenção dos animais em confinamento, além de praticamente descatar a hipótese de atraso da chegada dos primeiros animais de pasto da próxima safra.
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Gostaria apenas de ressaltar que os frigoríficos do norte do Mato Grosso (Alta Floresta) estão ligando para os pecuaristas atrás de boi gordo, pois perceberam que a oferta está cada vez menor.
Creio eu que agora é a vez do pecuarista novamente esperar para ver.
Será que o pecuarista que tem bois em confinamentos reterá mais os seus animais?
Será que em praças como Pará (R$ 40,00/@ 30d) o produtor conseguirá manter-se no setor?
O que o produtor deverá fazer para vencer esta fase?