A dificuldade de compra é grande, mantendo os preços firmes e estáveis na maioria das praças. A proximidade dos feriados tirou o produtor do mercado.
Em São Paulo a maioria dos compradores trabalha em R$56,00/@, a prazo, para descontar o funrural, porém é possível conseguir até R$1,00/@ a mais dependendo da qualidade e localização do lote.
Ofertas de compra acima do preço referência também foram registradas em Goiás e parte do Pará. As ofertas mais agressivas partem de frigoríficos que ainda encaixam animais para morrer na terça-feira dia 22, primeiro dia útil da próxima semana.
As programações de abate atendem em média 3 a 4 dias, porém, mesmo trabalhando ajustados, alguns compradores tentam impor novos recuos.
A pressão baixista é alimentada pelo recuo do dólar (gráfico), que ficou abaixo de R$3,10. Especula-se que os frigoríficos poderiam direcionar, para o mercado interno, parte da carne que seria exportada.
Em março o Brasil faturou US$107,00 milhões com a exportação de carne bovina, resultado de um embarque de 96,6 mil toneladas em equivalente carcaça.
Caso parte deste montante realmente passe a ser negociado internamente, o efeito seria catastrófico, uma vez que o atacado opera em ambiente extremamente frouxo.
Na última semana o equivalente físico acumulou baixa de 2,2%. As vendas estão travadas, somente a comedida oferta de carne impede que os preços recuem mais.
Na outra ponta, o pecuarista segue retendo os animais em engorda, uma vez que há boa disponibilidade de capim, chove bem e não faz frio.
Assim, a queda de braço produtores x compradores deve se estender por mais um tempo. Poucas alterações são esperadas para o curto prazo.
O comportamento do câmbio e a firmeza do mercado físico criam alternativas interessantes para o produtor que opera no mercado futuro.
A BM&F aponta para valores próximos a R$64,40/@ para outubro, o que em dólares equivale a pouco mais de US$20,00/@. É uma boa opção de hedge.